tag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post4693308428380299033..comments2023-05-14T10:37:48.826-03:00Comments on espectro econômico: Desenvolvimento econômico: o que (não) sabemosTiago Carusohttp://www.blogger.com/profile/08977381931218413971noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post-89707879419129033862008-09-28T19:12:00.000-03:002008-09-28T19:12:00.000-03:00Concordo 100% com você; não é um problema da teori...Concordo 100% com você; não é um problema da teoria econômica. <BR/><BR/>É por isso que quase tudo o que produzimos na área de desenvolvimento não tem aplicação prática alguma para entender como uma nação do mundo real poderia superar o subdesenvolvimento... (poderia no mundo real, sem as hipóteses mantenedoras de que precisamos para "provar" a maioria dos nossos resultados... nessa área do conhecimento, infelizmente, as hipóteses produzem resultados muito insatisfatórios)<BR/>porque se você olhar para a História, vai perceber, como Glaeser e co-autores, que muito do que a teoria econômica propõe não se confirma nos dados . <BR/><BR/>O trabalho do cientista é um; se há consenso no campo, os incentivos para avançar só dependem de que lado do campo você está (ver Bourdier). <BR/><BR/>O do formulador de políticas, por outro lado, ou pelo menos do pesquisador que quer informar esse policy maker, tem mais a ver com se esforçar pra entender que tipo de política pode realmente fazer sentido para que países possam superar a pobreza, reduzir a desigualdade, elevar a renda per capita, aumentar o acesso a saúde e educação.<BR/><BR/>Podemos concordar em quase tudo, mas nossas perspectivas são iminentemente diferentes. Viva o espectro.Guilherme Lichandhttps://www.blogger.com/profile/16411626480335169134noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post-6939697956938626872008-09-28T16:03:00.000-03:002008-09-28T16:03:00.000-03:00Lichand,Quando países têm ditadores que não se imp...Lichand,<BR/><BR/>Quando países têm ditadores que não se importam com a população, o problema não é que a teoria econômica não tem nada a dizer, mas que eles não querem escutar.<BR/><BR/>Nos casos de países em guerra civil, de novo, isso não é um problema da literatura de crescimento, é um problema de guerra. Eu até citei nas recomendações: garantir a segurança nacional e de seus cidadãos. <BR/><BR/>Se você quer aconselhar países em guerra civil, outros campos da teoria econômica são mais adequados. Um notório exemplo é a teoria dos jogos com Robert Schelling e seu livro "The Strategy of Conflict". Seu trabalho é tão contundente que lhe rendeu em prêmio nobel em economia.Tiago Carusohttps://www.blogger.com/profile/08977381931218413971noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post-84783892757483294092008-09-26T16:14:00.000-03:002008-09-26T16:14:00.000-03:00Caruso,esses conselhos seriam ótimo se o governant...Caruso,<BR/><BR/>esses conselhos seriam ótimo se o governante desse país fosse um ditador benevolente. <BR/><BR/>Diante de situações mais reais, em que há sérias limitações às liberdades individuais mas nenhum Deng Xiaoping no poder, o único interesse de países em situação econômica crítica - muitas vezes em guerra civil - no Banco Mundial costuma ser com relação ao perdão das suas dívidas.<BR/><BR/>Ainda assim o WB gostaria de propor políticas públicas, muitas vezes com contrapartidas de financiamento de modo a produzir incentivos que possam limitar tanto quanto possível o moral hazard do incumbente. Simplesmente sugerir que sejam respeitados direitos e acumulados fatores é ignorar a diferença entre causas próximas e fundamentais: países não acumulam fatores e não investem em tecnologia porque alguém não lhes sugeriu?Guilherme Lichandhttps://www.blogger.com/profile/16411626480335169134noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post-36360313403026648302008-09-26T16:02:00.000-03:002008-09-26T16:02:00.000-03:00Com relação a sorte, tem um paper do Benjamin Olke...Com relação a sorte, tem um paper do Benjamin Olken mostrando o impacto que líderes têm sobre crescimento (link: econ-www.mit.edu/files/2915 , não sei se vocês já viram esse paper). As conclusões são que líderes têm impacto significante sobre países não democráticos (ou seja, menos democracia aumentaria a relevância de sorte).Michelhttps://www.blogger.com/profile/07084008867277277317noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post-10149885824179814622008-09-26T15:00:00.000-03:002008-09-26T15:00:00.000-03:00Concordo plenamente com a análise dos dois sobre a...Concordo plenamente com a análise dos dois sobre a teoria do desenvolvimento econômico, mas discordo diametralmente quanto a não sabermos o que dizer. Ai vão alguns conselhos para a economia hipotética:<BR/><BR/>1)Garanta a segurança nacional e a de seus cidadãos.<BR/>2)Garanta direitos de propriedade e o respeito aos contratos.<BR/>3)Simplifique a abertura de novos negócios e a contratação de empregados<BR/>4)Controle a inflação.<BR/>5)Use mecanismos diretos de transmissão de renda. <BR/>6)Invista em eduacação de massas, sobretudo na educação de base.<BR/>7)Respeito a patentes funciona para quem tem paciência. Quando se têm 1/3 da população infectada pela Aids se tem pressa. Quebre patentes e permita que laboratórios locais produzam genéricos. Isso junto a programas de prevenção ajuda bastante.<BR/><BR/>Temos então 7 conselhos para esses países. Em nenhum deles se fala sobre democracia. Democracia só é relevante se temos uma concepção mais ampla de desenvolvimento como citou o Bernard.<BR/><BR/>Os 4 primeiros são tão axiomáticos que o Banco Mundial os dá a e ainda por cima faz um ranking de países segundo eles.<BR/>http://www.doingbusiness.org/<BR/><BR/>O 5º e o 6º são para aqueles que como eu acreditam que o Estado tem um papel em distribuir renda e gerar igualdade de oportunidades. O último é para o combate a Aids.<BR/><BR/>Você pode achar que isso é pouco. Mas há uma grande diferença entre não saber tudo e nada saber. No campo teórico ainda falta avançar muito, mas em matéria de políticas públicas, se os países ouvissem o que economistas dizem já seria um excelente começo.Tiago Carusohttps://www.blogger.com/profile/08977381931218413971noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3377005419378516677.post-49893655285120055392008-09-26T10:22:00.000-03:002008-09-26T10:22:00.000-03:00Muito bem colocado.Não sabemos as causas do desenv...Muito bem colocado.<BR/><BR/>Não sabemos as causas do desenvolvimento e do subdesenvolvimento, temos no máximo uma intuição sobre o assunto. Geografia, sorte, cultura e instituições são aspectos que se relacionam fortemente: geografia pode incitar determinadas atividades econômicas que usam certas estruturas produtivas que podem gerar instituições “ruins” para o crescimento de longo prazo (ex: exploração da cana no Nordeste brasileiro que teve uma estrutura latifundiária e escravista que pode ter influenciado negativamente as instituições vindouras). A diferença entre cultura e instituições está, em alguns casos, na definição (religião??), mas talvez podemos falar que a cultura influencia na formação das instituições e as instituições atuam na perpetuação da cultura. Sorte é uma explicação muito interessante no plano teórico com os seus equilíbrios múltiplos, parece fazer sentido, mas a determinação desses equilíbrios pode ser determinada por questões culturas (crenças), institucionais (incentivando ou não algum tipo de coordenação) e geográficos (podem afetar instituições). Por outro lado (Macro zero), capital humano e investimento em P&D não só representam crescimento como geram crescimento.<BR/><BR/>Ou seja, temos uma bagunça: as definições não são muito precisas, nada é verdadeiramente testável, os instrumentos usados são, em geral, questionáveis, e a contribuição para políticas públicas é quase nula. Mesmo assim, essa literatura é uma grande contribuição para começar a compreender melhor a natureza do desenvolvimento.<BR/><BR/>Outro ponto importante é a compreensão de desenvolvimento, pois desenvolvimento é visto crescimento do produto e, na verdade, é muito mais do que isso. Deveríamos pensar “desenvolvimento como liberdade” (Sen).Bernard Herskovichttps://www.blogger.com/profile/05994502745411521732noreply@blogger.com