A política macroeconômica estável foi o pilar que permitiu o desenvolvimento nos últimos 15 anos. Para ser mais específico o Brasil começou deslanchar quando estabeleceu como base da política monetária: câmbio flutuante, meta de inflação e superavit primário.
No entanto, ambos os candidatos a presidência da República parecem abominar o famigerado tripé. Surpreendentemente, o Serra mais do que a Dilma ataca a política monetária.
O que defensores de uma política macroecônomica responsável normalmente acreditam é que o Serra só reclama da valorização do câmbio e da taxa de juros da-boca-para-fora. E parecem se contentar com isso.
Para mim parece pouco. Das duas uma: ou temos um Serra-mentiroso, reiteradamente falando que vai mexer no câmbio e combater as taxas de juros elevadíssimas e não vai, ou temos um Serra-ignorante, incapaz de compreender e capitalizar os resultados da atuação de membros de seu partido.
Sinto informar aos partidários da hipótese do Serra-mentiroso, que está cada vez mais difícil acreditar na existência dele. Quando interpolado sobre a decisão da ministra Dilma de rechaçar as metas de desmatamento o governador gratuitamente mostrou sua habital ignorância econômica.
“Os juros siderais e o câmbio mega-hiper-valorizado são muito piores para o desenvolvimento do que qualquer medida de defesa do meio ambiente”
Agora foi a vez de um outro membro da "elite" tucana, o presidente do partido Sergio Guerra, em entrevista à Veja, mostrar que o Serra-ignorante está aí para valer. Sua autoridade disse:
"Iremos mexer na taxa de juros, no câmbio e nas metas de inflação. Essas variáveis continuarão a reger nossa economia, mas terão pesos diferentes. Nós não estamos de acordo com a taxa de juros que está aí, com o câmbio que está aí. Estamos criando empregos no exterior. Os últimos resultados da balança comercial são negativos. Precisamos estabelecer mecanismos para criar empregos no Brasil. Espero que a sociedade nos compreenda."
Está ficando difícil acreditar.