sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Futuro dos Jornais

Essa recente batalha entre Jornais e o Google mostra como os donos de jornais estão despreparados para o futuro da notícia. A diferença semântica na frase que você acabou de ler parece ser incompreensível para os jornalistas. Estes acreditam que notícia e jornal são sinônimos. Mas para qualquer usuário costumaz de internet, é claro que as duas coisas são muito diferentes.

Primeiro, uma ressalva. Países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda têm muito espaço para crescimento dos jornais e revistas tradicionais. Notícia de hoje, 65% da população não tem acesso à internet, e nesses 35% de usuários muitos têm acesso precário. E a porcentagem de leitores de jornais e revistas é, presumivelmente, muito baixa.

O caso nos países desenvolvidos é mais sério. Vários jornais tradicionais dos EUA estão com dificuldades de pagar dívidas, circulação decliante e receita de publicidade estagnada, resultando inclusive em demissões em massa. E os donos desses jornais culpam a internet. Como boa parte do tráfego se dá pelo google, o site de buscas acaba ficando com grande parte da receita de publicidade online. E não paga um centavo pelo conteúdo.

Aí os jornais querem tirar o conteúdo do google. Eu acho um tiro no pé. Isso funciona para o Financial Times, por exemplo, que vem tendo muito sucesso cobrando pelo conteúdo, mas me parece óbvio que isso ocorre por causa do público especializado que se interessa por notícias financeiras. Não vejo isso acontecendo para o USA Today ou NY times.

Enquanto isso, os jornais organizam suas páginas como se fossem, surpresa!, jornais. Não existe nenhum esforço para tornar o consumo da notícia mais fácil para o usuário. Um exemplo simples, mas que eu achei genial, é atualizar progressivamente uma página que segue um acontecimento específico. Aqui, na folha online por exemplo, nós somos obrigados a ficar vasculhando as notícias relacionadas.

Resumindo, o nome do jogo é inovação. O Google juntou toda a informação espalhada num lugar só, facilitando a vida de todo mundo. Por isso lucra bilhões. Se os jornais não facilitarem nossa vida de alguma outra forma, vão continuar definhando. Não é tentando cobrar migalhas dos portais de busca que vão solucionar o problema.

2 comentários:

Theo disse...

Acho a página da Folha, por exemplo, muito melhor "esquematizada" para browser do que o Estadão, meu jornal (físico) de preferência.

Danilo disse...

Google partiu na frente:

http://www.livingstories.googlelabs.com/