quinta-feira, 9 de outubro de 2008

And the Nobel goes to...

Segunda-feira, dia 13 de outubro, será anunciado o vencedor do Nobel de Economia de 2008.

Adoro esses momentos que antecedem o anúncio a cada ano porque todo economista gosta de se arriscar a dar um palpite... então esse post é para cada um fazer a sua aposta!

Os americanos gostam de apostar sobre qualquer coisa, de cavalos a política, e o blog da dupla Richard Posner e Gary Becker até fez um post recente sobre o tema - questionando o papel desses mercados, à luz do fato estilizado de que o mercado de apostas políticas acertam em média o resultado das eleições norte-americanas com muito maior precisão do que as pesquisas eleitorais. Em suma, ambos enfatizavam o papel desses mercados em coordenar informações descentralizadas de maneira eficiente.

Há, contudo, um elemento polêmico nos mercados de apostas esportivas (e dizem alguns também, no de apostas políticas): podem os incentivos monetários associados ao mercado de apostas (i) distorcer incentivos de alguma das partes envolvidas no evento alvo de especulação ou (ii) permitir enriquecimento baseado em informação privilegiada? No caso dos esportes, o Brasil sabe bem que isso é verdade - vide o caso de Edílson Pereira de Carvalho no campeonato brasileiro de 2005. Mas no caso da política, talvez seja pouco crível que o candidato líder faça uma besteira às vésperas das eleições apenas para que o azarão leve a disputa e o perdedor embolse uma bolada no mercado de apostas. Já sobre informação privilegiada, não parece ser um problema: a revelação de informação de valor é justamente o mecanismo que esse mercado implementa. Ainda assim, os EUA atualmente limitam o montante que pode ser apostado em mercados políticos a algo como 500 dólares, para inibir especulação, a contragosto de economistas como Becker.

No caso de apostas sobre o vencedor do Nobel, contudo, informação privilegiada (tirando a restrita comissão sueca) e incentivos distorcivos parecem fora de questão; é só diversão mesmo! E a revelação de informação é sempre muito esclarecedora sobre trabalhos que deveríamos conhecer.

O site PinnacleSports.com , o maior site de apostas esportivas da internet, calculou as probabilidades para o vencedor do Nobel de Economia desta ano. Os apostadores apontam o professor de Harvard e CEO do NBER, Martin Feldstein, como o grande favorito (pagando 8 para 1), seguido de perto por Thomas Sargent, professor da NYU (pagando 12 para 1). Robert Barro e Paul Romer vêm em seguida, acompanhados de Jagdish Bhagwati e Paul Krugman. Gregory Mankiw aparece como azarão (pagando 51 para 1!).

"The current betting market at PinnacleSports.com is dominated by US economists, reflecting the fact that 60% of the Nobel Economic winners since the prize's inception in 1969 have been Americans", said Simon Noble, spokesman for PinnacleSports.com. "Given that the current economic crisis is seen by many to reflect the abject failure of Global financial markets, and the US sub-prime sector in particular, bettors may be looking away from the traditional base of perceived economic wisdom in US academic institutions for the winner of this year's Nobel Prize in Economics" , diz o site da PinnacleSports.

Em quem você vai apostar?

10 comentários:

Guilherme Lichand disse...

Eugene Fama

Tiago Caruso disse...

Os EUA só têm 60% dos prêmios nobel de economia porque pelo menos 8 nasceram em outros países e eles deram nacionalidade e eles contam como se fossem deles.

Quem vai ganhar não sei. Torço para o Krugman, mas acho difícil.

M disse...

Paul Romer

Bernard Herskovic disse...

Não conheço todos bem o suficiente, mas torço também para o Krugman.

Victor disse...

Eu vou com o mercado...Feldstein

Bernard Herskovic disse...

Vida longa ao Krugman!

"The Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2008 to
Paul Krugman
Princeton University, NJ, USA"

M disse...

é... o p. romer ficou pro longo prazo

Tiago Caruso disse...

Show me the money!
Ah se eu tivesse apostado.

Ricardo Leal disse...

Não gostei muito do Krugman ter ganho. Tem gente que fez muito mais e que continua contribuindo, ao contrário do Krugman, que simplesmente virou colunista do NY Times e se envolveu em política. Eu tinha apostado no Sargent ou Sims, mas tb acho q o momento atual era propício para q o krugman vencesse (nao estou dizendo q ele nao merecia, mas q ele estava mais embaixo na lista).
Caruso: Em geral, esses economistas q conseguiram nacionalidade americana mas nao nasceram lá foram os q esolheram colocar como sua nacionalidade a americana ao invés de a de sua nascença. Outros q tb vivem e possivelmente tem nacionalidade americana mantiveram a sua original. Da forma q vc fala, até parece q o governo americano sai pedindo para os Nobels a colocarem nacionalidade americana. Comentário bem Lula, esse seu! Nobel não é Copa do Mundo!

Tiago Caruso disse...

Reconheço que o tom do comentário foi meio esquerda festiva. Apenas queria ressaltar que não é que os americanos tenham um talento nato para economia, mas que os melhores economistas do mundo estão lá.

Quanto à vitória do Krugman eu acho merecida. Ele há anos já era cotado para o prêmio e sua contribuição para a teoria sobre economia internacinal e taxas de câmbio é bem expressiva. Além disso escreve, tanto em artigos acadêmicos quanto no NYT, com uma clareza rara.