O professor Nicola de matemática acredita que inteligência é unidimensional e que, portanto , ninguém pode ser tão bom em português e tão ruim em matemática. Por isso após ler o seguinte
texto, resolveu oferecer a Clóvis Rossi uma bolsa de estudos de sua fundação para lhe ensinar um pouco de dinâmica.
O texto é ruim como um todo. Como foi a cobertura da Folha sobre a vitória da candidatura do Rio de Janeiro para sediar as olimpíadas de 2016. Esta pareceu mais pautada pelo recalque do que pelo objetivo de informar. No entanto, o texto é especialmente ruim ao usar o IDH para fazer um paralelo.
É ruim porque usa a colocação do Brasil no ranking para argumentar que nossa classificação é vexatória. Não é. A impressão que se tem é que o novo aluno do professor Nicola simplesmente leu o ranking de IDH e escreveu a coluna, sem o mínimo de cuidado jornalístico.
O problema de se fazer isso é que: 1) colocação de ranking é pouco informativa. Desenvolvimento não é concurso de Miss. Não importa se você subiu ou caiu de posição, qualidade de vida não é uma medida comparativa. 2) Em ranking não percebemos a dinâmica. Vemos a fotografia, não o filme.
Exatamente como relatou texto da
The Economist, poucos dias depois, a dinâmica do desenvolvimento no Brasil é boa. Mostrando que a qualidade da análise econômica do jornalismo brasileiro ainda está muito aquém da de seus competidores internacionais.
Se o objetivo do texto era responder às hipérboles do presidente que dissera que o Brasil agora era um país de primeiro mundo, perfeito. Entretanto, não se deve combater bravatas com bravatas, mas com argumentos.
A verdade é que são notórios os avanços do Brasil em desenvolvimento humano nos últimos 15 anos. A expectativa de vida aumentou, mortalidade infantil caiu, melhorou a escolaridade e a desigualdade vem desabando. Claro que há muito o que fazer, especialmente em relação à qualidade do ensino básico, mas para criticar é preciso seriedade na análise dos dados. Esperamos que o professor Nicola ensine isso ao notório colunista da Folha.
Bolsistas ativos da Fundação professor Nicola de Matemática:
-Elio Gaspari
-Clovis Rossi