sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Carta de funcionarios do Ipea contra o concurso

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Carta de alguns funcionários da instituição ao presidente do IPEA

Os abaixo-assinados, técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sentimo-nos na obrigação de manifestar nossa perplexidade e desacordo com a orientação e os critérios adotados na elaboração das provas escritas, em particular nas questões ditas "objetivas", do concurso para o preenchimento de vagas do quadro técnico do IPEA que atualmente se realiza.

Essa manifestação justifica-se por nossa apreensão com as conseqüências que a seleção de candidatos com base em questões eivadas de problemas de sintaxe gramatical e lógica, bem como de nível inadequado para a escolha de técnicos de formação superior, poderá acarretar para a qualidade dos pesquisadores admitidos, comprometendo portanto a capacidade futura do IPEA de realizar os estudos e as pesquisas requeridas para o planejamento do desenvolvimento brasileiro no longo prazo.

Em termos mais precisos, nossas restrições à formulação da prova radicam-se nos seguintes aspectos:

1. Grande número das questões ditas "objetivas" consistiu, na verdade, de proposições normativas ou proposições positivas carentes de comprovação empírica cabal sobre as quais solicitava-se dos candidatos uma avaliação como "certa" ou "errada." Como se sabe, proposições dessa natureza não admitem avaliação como verdadeira ou falsa. De forma viciosa, portanto, os candidatos viram-se induzidos a escolher aquela resposta que mais lhes parecia se coadunar com os supostos pontos de vista dos formuladores da prova.

2. Nas questões de caráter teórico, que não incorrem no problema anteriormente mencionado, o nível de conhecimento científico requerido foi ostensivamente insuficiente para a seleção de técnicos para uma instituição de pesquisa como o IPEA.

3. Por fim, é de se destacar o pequeno número de questões sobre métodos quantitativos, todas elas com nível aquém do desejável para técnicos de uma instituição de pesquisa aplicada, quer seja essa na área de economia, relações internacionais, sociologia, antropologia, ciência política ou ambiental.

Em face do exposto acima, concluímos que, na formulação das provas escritas, o concurso foi inapropriado, não constituindo instrumento adequado para seleção de quadros técnicos para essa instituição. Suas conseqüências serão danosas para o IPEA e para a sociedade brasileira.

Certos de sua compreensão, colocamo-nos à disposição para esclarecimentos e subscrevemo-nos, assinaturas"
"

52 comentários:

Anônimo disse...

Lucas, faltaram as assinaturas.

Anônimo disse...

Acho que se trata do velho com medo do novo. Os tais técnicos estao receosos das visões de mundo e das habilidades dos novos selecionados, que podem ameacar o seu reinado. A proposicao sobre métodos quantitativos é cretina, pois 25% da prova objetiva foi composta de questões sobre estatistica e, em todo caso, a alta pontuação atribuída aos titulos pelo edital colocará à frente quem tem vocação acadêmica/de pesquisa. Aliás, se há crítica a ser feita no campo do método, e à falta de questões sobre métodos qualitaitivos -- os quais podem ser os mais adequados para avaliar certas políticas publicas e o funcionamento de instituições na perspectiva do desenvolvimento. A última questão é a seguinte: qual tem sido a contribuição do IPEA para o desenvolvimento brasileiro? Que políticas públicas bem sucedidas no Brasil pós-constituinte têm sido informadas por pesquisas e sobretudo por insights do IPEA -- e em especial dos técnicos signatários? Sem faltar com respeito a eles ou à instituição, o tom da carta é profundamente arrogante, transmitindo a sensação de que o atual staff do IPEA está numa posicao de grande superioridade em relacao aos candidatos -- algo que é no minimo duvidoso, pois vários desses candidatos são professores doutores.

Theo disse...

Caro Anonimo,

Arrogância é algo que você provalvemente não entende, dado que não entendeu em nada o conteúdo da carta. Criticar alguém do próprio ambiente de trabalho é algo muito sério e, nesse caso, foi feito. Deve, portanto, ser levado em consideração.

2 comentários:

1) Se a prova de título realmente é o que importa no Brasil, então algo está profundamente errado. Vamos todos fazer mestrado, doutorado, pós-doutarado em universidades meia-boca e assim entraremos no governo. Salário garantido a esse estúpido que só aprendeu a obter títulos (e nehum conteúdo) de R$11.000 inicial.

2) Você realmente acha que QUALQUER professor doutor é melhor do que QUALQUER mestrando/graduando recém-formado? Se sim, qual o problema em se medir isso de forma honesta na prova em vez de classificar arbitrariamente por títulos? Talvez o problema seja que esses professores doutores que você tanto idolatra não saibam tanto assim...

Anônimo disse...

"A última questão é a seguinte: qual tem sido a contribuição do IPEA para o desenvolvimento brasileiro? Que políticas públicas bem sucedidas no Brasil pós-constituinte têm sido informadas por pesquisas e sobretudo por insights do IPEA -- e em especial dos técnicos signatários?"

Infelizmente, eu tenho um habito de responder perguntas completamente cretinas, se meu QI emocional fosse um pouco mais adequado, eu deixava esse jumento zurrar sozinho, mas jah que tem uma pergunta e assumindo que essa zurracao toda vem de algum muar com estrelinha vermelha no peito, vai lah:

- o Bolsa Familia foi gestado no IPEA.

- as diferentes reformas da previdencia (inclusive a ultima no governo Lula) foram gestadas no IPEA (tambem).

Anônimo disse...

Até onde sei, universidade meia-boca não oferece doutorado e muito menos pós-doutorado. Curiosa a postura do Theo de desvalorizar títulos, postando em um blog de pós-graduandos...

Anônimo disse...

Bolsa Familia gestado no IPEA?
Wake up, little boy.
O Bolsa Familia segue uma receita que é muito anterior, estabelecida desde o "Oportunidades" no México.
Não sei o que é pior: ser torcedor do Lula ou dos tecno[cratas] do IPEA.
Minha proposta é que esse instituto seja extinto e que o governo interaja com universidades para obter as pesquisas que precisa em relação às políticas.

Anônimo disse...

"O Bolsa Familia segue uma receita que é muito anterior, estabelecida desde o "Oportunidades" no México."

Meu caro, eu conheco toda essa historia, alias participei dela. O IPEA (assim como o Banco Mundial) teve, sim, papel crucial dentro do debate brasileiro sobre adocao do Bolsa Familia.

M disse...

"A proposicao sobre métodos quantitativos é cretina, pois 25% da prova objetiva foi composta de questões sobre estatistica"

Cretino é quem fala uma cretinisse dessas. Você VIU as questões? Aliás, você sabe do que você tá falando?

"Até onde sei, universidade meia-boca não oferece doutorado e muito menos pós-doutorado."

Você mora no Brasil?

Theo disse...

Caro anônimo,

Favor colocar algum tipo de identificação na hora de postar, para facilitar a discussão.

Abs, Theo

Ricardo Leal disse...

Universidade meia-boca oferecendo mestrado e doutorado é o que não falta no Brasil. Acho que algumas pessoas confundem o fato de uma universidade ser pública com o fato dela oferecer educação de qualidade ou não.
Além do mais, as tais questões quantitativas parecem não ter exigido nada além de algumas noções básicas de estatística, o que não parece ser um problema para o anônimo. Isso me confunde um pouco, pois ele depois reclama da falta de questões sobre métodos de avaliação de políticas públicas. Não seriam esses métodos justamente os quantitativos ou existe alguma outra forma de avaliação? De qualquer forma, não foram cobrados na prova os instrumentos mais importantes na avaliação de políticas públicas e, por isso, a carta de funcionários do IPEA e outras críticas neste blog são válidas.

Anônimo disse...

"Até onde sei, universidade meia-boca não oferece doutorado e muito menos pós-doutorado."

A UFRJ tem doutorado em economia.

"O"

Anônimo disse...

Tenho doutorado em Economia em uma universidade meia boca e tive uma formacao basicamente heterodoxa. Mas sou um pesquisador serio. Fiz a prova do IPEA e o pior: fui bem. Aquilo foi puro deboche. Uma porcaria de prova, mal feita, que mais se parecia com um teste ideológico do que qq outra coisa. O nivel das questoes quantitativas foi piada.
Parabens aos funcionarios do IPEA que assinaram a carta.

Anônimo disse...

Soh agora notei a confusao de anonimos! Eu soh ultimo comentario (e soh esse). Me chamem de "Art Vandelay", ok?

Anônimo disse...

Enquanto o IPEA faz esse papelão, eu passei a ser censurado no blog do Alexandre Schwartsman. Meus 4 últimos posts não foram colocados no ar, talvez por apontar erros conceituais cometidos por ele e por seus baba-ovos.
Curiosamente (?!?), a censura a mim coincide com a divulgação de números cada vez mais desastrosos sobre a economia brasileira, que vão de encontro ao cenário traçado "cientificamente" pelo dono do blog.
Como sou um mero Anônimo, só tenho a lamentar que alguém que assume, publicamente, uma postura liberal, não seja capaz de participar civilizadamente de um debate, tendo que recorrer com excessiva freqüência à chacota dos que não concordam com ele. Quando a realidade desmente o que ele "previa", ele simplesmente finge que não é com ele.
Essa, aliás, é uma postura (infelizmente) muito comum entre os supostos liberais no Brasil. Algum tempo atrás também fui censurado no blog do Reinaldo Azevedo, por apontar, apresentando evidências bastante fortes, que certos "jornalistas" apresentados por ele como perseguidos pelo PT, adotavam políticas de publicidade bastante heterodoxas em seus sites/blogs: quando o Governo de plantão anunciava em seus sites (normalmente via empresas estatais), falava-se bem do governo; quando os anúncios eram retirados, falava-se mal do governo.
Não estou, com isso, defendendo o PT ou quem seja. Apenas quero sugerir que na função utilidade de certos blogueiros ditos "liberais", a democracia possui contornos bastante distintos daqueles que são defendidos nas mal-traçadas linhas.

Tiago Caruso disse...

Último anônimo,

Como isso se relaciona com a discussão sobre o Ipea? A discussão é sobre o concurso e os recentes acontecimentos do órgão, não sobre porquê você foi banido dos outros blogs.

Anônimo disse...

Anonimo "censurado" e cheio de auto-importancia:

Serahq ue voce nao foi mandado para a doghouse por ter falado bobagem? De todo modo, por que entao voce nao posta seu comentario aqui?

Finalmente, nao sei onde o Alex S. estaria errado.

Anônimo disse...

Porque postei meu comentário sobre a censura aqui? Por vários motivos.

1- Porque a carta dos funcionários do IPEA também foi postada no blog dele e, se fui censurado 4 vezes seguidas, não há motivo para esperar que não seja da próxima;

2- Muitos frequentadores do blog dele também frequentam esse blog. Inclusive, foi por meio de um post do Tiago Caruso no blog dele que cheguei aqui;

3- Como o poder de moderação do blog pertence ao dono, é fácil vencer qualquer discussão: basta banir os posts que apontam seus erros.

4- A caça às bruxas no IPEA tem tudo a ver com a censura no blog citado. A dificuldade de convivência com visões diferentes não é exclusividade da esquerda.

Ao anônimo que acha que estou cheio de autoimportância:
É justamente o inverso. Gostaria de continuar debatendo temas que acho relevantes para a economia brasileira, mas o outro lado do debate simplesmente decidiu que não deve haver mais debate, apenas pregação para seus discípulos. Depois não venham querer dizer que na Unicamp se ensina Religião.

Quanto ao motivo de não postar aqui o que havia tentado postar lá: não acho pertinente poluir o tópico com posts que não têm nada a ver com o assunto aqui tratado. Além disso, os posts mencionados eram relativamente longos e já não me lembro bem o que havia escrito.

Tiago Caruso disse...

Prezado Censurado,

agora entendi a relação dos assuntos. Você argumenta que não é só no ipea que há censura. Que nos blogs dos chamados liberais também há e você mesmo foi vítima disso. Certo?

Só o que tenho a dizer é que o Ipea é um órgão público e blogs são espaços de opiniões individuais. Portanto o dono do blog pode censurar, banir quem ele quiser, enquanto no Ipea isso é aparelhamento.

Não concordo, mas entendo que blogueiros censurem comentários. Às vezes você simplesmente não tem paciência de responder. Eu mesmo já tive comentários meus que não apareceram no blog do Schawartzman.

Pode ficar tranquilo que aqui, se o seu comentário não for agressivo, ele não será censurado (talvez ironizado ou ignorado). Certamente não vamos excluí-lo por ser heterodoxo, Já que muitos membros desse blog (infelizmente) também são.

Abs e seja bem-vindo.

Anônimo disse...

Engraçado... Nunca ninguém reclamou da falta de diversidade de opiniões no FMI, embora ele também seja um organismo multilateral mantido por verbas públicas -- oriunda do tesouro dos respectivos países membros. Não concordo com essa postura de tentar separar técnica de política. As pessoas que estão criticando a prova porque ela teoricamente adotou uma postura "heterodoxa" deveriam colocar em discussão as inadequações do pensamento heterodoxo, e não fazer uma crítica asséptica de que houve crivo ideológico. Mas talvez isso seja difícil de fazer, em meio ao financial meltdown ao qual as posições ditas ortodoxas levaram o mundo. O bailout americano realmente demonstrou que a especulação financeira enxerga como luz no fim do túnel o brilho do tesouro nacional.

Johnny.

Anônimo disse...

"Nunca ninguém reclamou da falta de diversidade de opiniões no FMI, embora ele também seja um organismo multilateral mantido por verbas públicas -- oriunda do tesouro dos respectivos países membros."

Primeiro, a premissa eh errada, porque existem sim reclamacoes sobre a falta de diversidade de opinioes no FMI.

Segundo, a premissa eh duplamente errada, porque existe de fato diversidade de opinioes e debate aberto dentro do FMI.

Resumindo, voce conseguiu falar bobagem duplamente.

Anônimo disse...

Finalmente, gostaria de saber do anonimo censurado qual o argumento dele que o Alex Schwartsman nao teria como se defender. Estou muito curioso -- vamos comecar a mostrar as cartas, senao vou achar que voce eh apenas um contador de causos exagerando sua auto-importancia.

Anônimo disse...

O IPEA tambem terá diversidade, pois os 30 da carta vão continuar e obviamente entre os 62 selecionados haverá diversidade -- muito mais do que existe hoje, pois os ocupantes dos cargos não serão mais apenas economistas.
Johnny

Michel disse...

"Não concordo com essa postura de tentar separar técnica de política. "

A questão é que existe uma idéia clara dentro de economia de procurar um approach científico. Nesse sentido, criamos teses refutáveis, e procuramos testá-las. Existe pluralidade de opiniões com relação a um teste ser aceitável ou não? Existe. Porém, o ponto é que existem algumas demandas claras do que é um teste aceitável (sem endogeneidade, viés de variável omitida, seleção de amostra, etc.), e quando o debate não recai sobre nenhum desses pontos...o debate é a solução.

No caso do IPEA, a crítica é de que a prova não testou bem nem o conhecimento de teses refutáveis e nem o conhecimento de métodos de testes raoavelmente aceitos das teses.

"...deveriam colocar em discussão as inadequações do pensamento heterodoxo, e não fazer uma crítica asséptica de que houve crivo ideológico. Mas talvez isso seja difícil de fazer, em meio ao financial meltdown ao qual as posições ditas ortodoxas levaram o mundo."

Isso já é simplesmente mal conhecimento das políticas ortodoxas. Milton Friedman defendia regulação de mercados financeiros, e ortodoxos em geral defendem regulação quando (a) existem externalidades (b) os custos de transação são altos. O financial meltdown é considerado por muitos no mundo todo um problema de falha regulatória (ou seja, falha de implementação de políticas ortodoxas).

Anônimo disse...

Sobre os direitos de censura em blogs: como se trata de uma propriedade privada, é óbvio que cabe ao dono decidir o que deve ou não ser publicado. Porém, volto ao ponto ressaltado antes: é chocante que em blogs que se apresentam como liberais, as visões contrárias apresentadas por comentadores só sejam liberadas quando são convenientes para a "defesa da causa".

Anônimo disse...

Para de chorar, o blog do Nassif, que eh sustentado por dinheiro estatal censura qualquer comentarista que sai fora da linha.

Anônimo disse...

Já mandei vários comentários para o blog do Nassif, sempre criticando algo defendido por ele, e todos foram colocados no ar até hoje.

Anônimo disse...

"Já mandei vários comentários para o blog do Nassif, sempre criticando algo defendido por ele, e todos foram colocados no ar até hoje."

Quanto tempo mais voce vai demorar para postar o comentario que voce alega ter sido censurado pelo Schwartsman? A cada minuto que voce nao mostra as cartas, mais parece que voce estah apenas amargo por nao ter ganho o jumento de ouro.

marciofirmo disse...

Uma dúvida: é incorreto, sob algum aspecto, a publicação no post daqueles que assinaram a carta? Ou é uma questão de espaço?
Acho que quem assinou justamente quer assumir sua posição, não?
De qualquer forma, onde eu posso ver quem assinou?

Abraços,

Anônimo disse...

Também estou de acordo com o Márcio Firmo, seria importante se o blog publicasse o nome dos autores da carta.

lucas disse...

caros anônimos, pseudônimos e heterônimos,

dado que vocês não estão sendo censurados nesse blog (dito liberal), vão discutir este assunto em outro lugar.
Quanto às assinaturas já recebi a carta dos funcionários sem elas.

Tiago Caruso disse...

De todos os posts, de todos os comentários, a única coisa que indignou o Lucas foi chamá-lo de liberal. Hahahaha

Anônimo disse...

Do blog do Flávio Loureiro:

"CONCURSO DO IPEA:VERDADES NÃO DITAS"

Alguns jornais têm aberto espaços generosos em suas páginas para dar voz a comentários e avaliações a respeito do concurso iniciado em fins de 2008, pelo IPEA. São opiniões pessoais, em grande parte vindas da mesma fonte, um pesquisador do IPEA, para quem a realização do concurso era desnecessária e sua execução tomada de impropriedades, face questões de conteúdo marcadamente ideológico e não técnico.

Curiosa tal crítica, ainda mais vinda de pesquisadores do próprio IPEA, que deveriam celebrar o fato de o Instituto, um órgão de Estado, após tanto tempo realizar concurso público para reforçar seus quadros, ampliando o alcance de suas atividades de pesquisa, análise e de prospecção da vida econômica do país. Há muito que o Brasil carece de um plano de desenvolvimento econômico sustentável e de longo prazo, tanto que tem sido o país refém de políticas e ações econômicas de curto prazo, quase todas, senão todas elas, oriundas de um mesmo viés e de uma só atenção dominante: o mercado financeiro, com suas demandas por ganhos e vantagens sempre na contramão dos interesses verdadeiramente públicos..

O que mais surpreende, ou quem sabe, revelam tais críticas é que elas partem de quadros que ingressaram no IPEA sem concurso público. Muitos deles, inclusive, ao que parece, sem o devido conhecimento que lhes possibilite tecerem críticas como as publicadas, recentemente, pelo jornal O Globo (19/12/2008), a respeito de um dos autores cujas idéias foram tema de questões presentes nas provas do concurso do IPEA. Trata-se de Karl Polanyi, filósofo e economista, cuja principal obra – A Grande Transformação: as origens de nossa época – até hoje é fonte de estudos e de acalorados e também esclarecedores debates.

Tivesse o autor da crítica melhor conhecimento sobre a vida e a obra de Polanyi, saberia que ele não era um pensador marxista, o que não o impediu de reconhecer que a primazia do econômico corrói a sociedade, que precisa resistir à lógica da mercadoria sob o risco de se autodestruir.

O concurso do IPEA teve 15 provas diferenciadas e 1.200 questões, no conjunto dessas provas. Ater-se a três ou quatro questões, com críticas infundadas quando não equivocadas é, no mínimo, surpreendente. Ainda mais, partindo de quem ingressou no Instituto sem o devido concurso público, prática não-republicana que, agora, se busca corrigir através de um concurso que atraiu mais de 13 mil candidatos de todo o país.

Agora, o que não está dito na referida polêmica, remete ao momento em que a atual diretoria do instituto assumiu, após um longo período, mesmo sob o governo Lula, de gestão de inspiração tucana e liberal, na qual o IPEA servia a interesses segmentados, em detrimento aos interesses estratégico do país. Não é por outra razão que desinformados e mal intencionados defensores do desmonte do Estado brasileiro, detentores de espaços privilegiados em colunas e editorias em parcela da mídia nacional, repercutem aleivosias sobre um concurso que deveria ser saudado para o bem do serviço público.

Anônimo disse...

o concurso foi uma grande vergonha. vai selecionar de forma aleatoria. o ipea esta virando um orgao chapa-branca, lotado de idiotas estudando historia do pensamento economico, polanyi, Keynes, etc, como se fossem reinventar a roda... triste mesmo. A academia brasileira estuda uma economia pre-guerra, ignorando a espetacular evolucao da teoria economica.

Anônimo disse...

Se o concurso do IPEA nao for anulado o IPEA pode ganhar uma face de orgao publico que atrai concurseiros, oportunistas e pelegos, que estao atras de sombra e agua fresca, e que gostam de fazer proselitismo e publicar manifestos ao inves de estudos.
O perfil dos pesquisadores do IPEA nao eh de concurseiro, eh de economistas capacitados que foram aprovados naturalmente por dominar as ferramentas da economia moderna. Nada de polanyi. O ultimo concurso ignora diversas ferramentas fundamentais para a analise de politica economica e social.

Anônimo disse...

"A especulação financeira vislumbra como luz no fim do túnel o brilho do tesouro nacional"
CERTO OU ERRADO?!?!?!

Anônimo disse...

Eu sinceramente não acho que essa crítica de "ideologização" do concurso seja pertinente. A pergunta sobre o Chico de Oliveira, que está servindo de cavalo de batalha para os opositores do concurso traz um enunciado bem claro. Algo como: "Para Francisco de Oliveira, o capitalismo monopolista não existe sem Estado. Julgue os itens abaixo de acordo com esse ponto de vista". Convenhamos: isso não força ninguém a partilhar das crenças do Chico de Oliveira, assim como perguntar sobre o que Hitler escreveu em Mein Kempf não torna ninguém -- nem o autor da pergunta, nem o autor da resposta -- um nazista.

Ao mesmo tempo, a inquietação em relação a essa pergunta mostra um dado curioso. O Chico de Oliveira toda hora dá entrevistas ou publica textos na Folha e no Estadão. Se esses espaços de formação de opinião dão importância para a opinião do Chico de Oliveira, por que acham errado que se cobre conhecimento sobre essa opinião numa prova como a do IPEA?

Por último: se os tais economistas qualificados -- embora não concursados -- do IPEA acham que dá prá fechar os olhos para os grandes debates do pensamento social e ainda assim ter algum valor apenas por dominar cegamente ferramentas de pesquisa/modelagem, acho que são eles que estão trabalhando num modelo -- epistemológico -- pré 1a. Guerra.

Anônimo disse...

caro anonimo,
a carta nao foi uma critica ideologica. O concurso foi tao podre, tao horrivelmente elaborado, que atrapalha nao somente o IPEA como instituicao. Atrapalha tambem os planos de aparelhamento do orgao, visto que mesmo os economistas off-mainstream, polanyistas, ficaram sem saber responder diversas questoes.

Anônimo disse...

Ao último anônimo: mais ou menos. Leia novamente o item 1 da carta. Os autores claramente embarcaram na onda da crítica à ideologização da prova -- que aliás, para quem ainda não entendeu, não foi feita para selecionar economistas, foi feita para selecionar pesquisadores com interesse em questões de desenvolvimento econômico. Por outra lado: cadê a assinatura desse pessoal? Onde estão os seus currículos Lattes? Será que entre os aprovados não vai haver gente com mais cabedal que os autores dos protestos? Como disse o primeiro anônimo, será que não é o velho com o medo do novo? Vamos esperar para ver.

Michel disse...

"Por último: se os tais economistas qualificados -- embora não concursados -- do IPEA acham que dá prá fechar os olhos para os grandes debates do pensamento social e ainda assim ter algum valor apenas por dominar cegamente ferramentas de pesquisa/modelagem, acho que são eles que estão trabalhando num modelo -- epistemológico -- pré 1a. Guerra."

Solução para acabar com esse grande problema no IPEA: chamar os "grandes pensadores" do debate social corrente: Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Olavo de Carvalho, e por favor, tragam novas idéias. Quem melhor para falar do debate social corrente do que aqueles que "toda hora d[ão] entrevistas ou publica[m] textos na Folha e no Estadão"?

Acho que o significado de Pesquisa Econômica Aplicada (por sinal de onde vem IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) "was lost in translation". Para explicar: ficar lendo Polanyi (e muito menos Chico de Oliveira) não é pesquisa econômica aplicada, é estudo de história do pensamento econômico.

Anônimo disse...

Para se fazer pesquisa econômica moderna é muito mais importante saber técnicas econométricas do que discutir o que Polanyi escreveu.
E isso não tem nada de viés ideológico: seria o mesmo que, numa prova para selecionar liberais, ao invés de cobrar econometria, ficasse divagando sobre a obra de Hayek e Ayn Rand. Ou, se na prova, caísse "Para Murray Rothbard, nenhum monopólio pode existir sem Estado. Julgue os itens abaixo de acordo com esse ponto de vista".

Petterson Molina Vale disse...

O Polanyi não trata de história do pensamento econômico, mas de história econômica.

As questões da prova do IPEA que foram reproduzidas neste blog são definitivamente descabidas, e refletem o pensamento dos heterodoxos que se creem intelectuais, mas que, na verdade, são militantes. No entanto, se realmente havia 1.200 questões, aquelas dez representam menos de 0,1% da prova, um percentual desprezível.

Se os demais 99,9% da prova não tiverem caído no mesmo besteirol daquelas dez, será o caso de repensar o argumento de que a prova foi totalmente ruim. Porque aceitemos ou não, a pesquisa realizada no IPEA está sofrendo uma mudança epistemológica, e isso é inevitável. Um câmbio que, como argumenta Márcio Pokemon (assim apelidado no blog do Alexandre S.), fará com que se transite do conjunturalismo para o estruturalismo.

Essa transição exige que a história seja novamente utilizada como um dos ferramentais analíticos da economia. Pouquíssimos Intelectuais (com i maúscula) concordam com a idéia de que a economia possa prescindir da história. E claro, a economia tampouco pode se restringir à história e à sociologia, como querem os economistas políticos. Estudar o desenvolvimento é tarefa totalmente distinta da de determinar quanto um aumento marginal em anos de escolaridade faz variar renda, quanto a renda do trabalho aportou para a diminuição do índice de Gini, etc. Cada assunto precisa ser tratado com a ferramenta cabível. A partir desse entendimento é que se dá, neste novo momento, maior peso às obras de Celso Furtado, Polanyi e Francisco de Oliveira.

No fundo, qualquer que seja a gestão, haverá aparelhamento. Não nos iludamos. Cada presidente do IPEA tratará de se rodear daqueles em quem confia, daqueles que acredita serem bons pesquisadores. É certo que as gestões anteriores deram prioridade a pesquisadores com perfil mais quantitativista e mais alinhados com o mainstream da teoria econômica, e isso é perfeitamente compreensível. Inclusive, esses pesquisadores têm dando grandes contribuições no tipo de pesquisa aplicada que estão aptos a realizar. Agora, quando muda o entendimento de qual o tipo de pesquisa aplicada que a instituição deve realizar, é natural que se procure balancear o quadro de colaboradores com perfis dotados de ferramentais analíticos distintos.

Em suma, não acho que seja correto o sentimento de que o IPEA está perdido, pois não é a primeira vez que passa por uma mudança de rumos. Ao mesmo tempo, não se pode aceitar a militância dentro de um órgão de pesquisa. Pensar o desenvolvimento no longo prazo é necessário, mas isso não se confunde com cair em ideologias tolas e vulgares.

Anônimo disse...

O IPEA hoje sofre um pouco pela falta de planejamento das administracoes anteriores, no sentido de criar uma constituicao do Instituto. Tudo corria frouxo, agora os hetero amarraram tudo, criaram regras comites etc, tudo visando a centralizacao das pesquisas, os chamados "eixos estruturantes".
Uma grande tolice esses eixos. O IPEA vai publicar DEZ, PASMEM, DEZ livros em cima desses eixos. Tudo pesquisa reciclada e requentada (muitas de otima qualidade eh preciso dizer).
Temos tambem a famigerada DESAFIOS, uma desperdicio do dinherio publico, heranca maldita da administracao anterior.
Hoje o IPEA conta com o grupo dos notaveis, que nao tem nenhuma legitimidade pra opinar sobre o IPEA de forma privilegiada.
Eh uma grande tolice achar que o IPEA deve elaborar um projeto de desenvolvimento para o pais.
A centralizacao do financiamento de projetos eh absurda. Quem nao fizer projetos de interesse da cupula nao receber o carimbo de sinal verde. Assim, quem nao comer na mao nao leva dinheiro (recursos pra pesquisa).

Anônimo disse...

Creio que o unico valor adicionado do IPEA pra sociedade eh a autonomia de seus pesquisadores. As OSCIPS ao contrario, nao tem autonomia, porque, se sao contratadas para avaliar desempenho de programas de politica publica (economica ou social), tem que atender o gosto do fregues (quem contrata a pesquisa, isto eh, o governo estadual federal ou municipal).
Alias aqui volto a questao essencial do IPEA - sua missao eh forumlar e avaliar politicas publicas, PONTO. Polanyi nao ensina nada sobre isso. As mudancas nas politicas de ensino basico neste pais soh serao possiveis com muita informacao e metodos quantitativos. A historia economica e as entrelinhas sde Keynes nao nos ensinarao nada sobre isso.

Anônimo disse...

Parabenizo o Petterson Vale pela lúcida opinião. De fato, Michel, o significado de "pesquisa econômica aplicada" was lost in translation. E que bom que tenha sido assim.

A visão de que o Estado deveria criar e manter uma autarquia para fazer "pesquisa econômica aplicada" é decorrente da tecnocracia militar, que só se preocupava com crescimento econômico. Hoje em dia isso só não basta, é preciso haver inclusão social, proteção ambiental, fortalecimento das instituições políticas e jurídicas, etc. O concurso do IPEA foi concebido para incorporar essas novas demandas, tanto assim que a maior parte dos cargos era aberta a candidatos com outro tipo de formação que não a econômica. E para avaliar essa visão de maior alcance entre o pool de candidatos -- ou o que o Petterson Vale chamou de "ferramentais analíticos distintos" -- a prova do concurso não poderia ser uma prova de cálculo.

Se vivêssemos num país com cultura de informação, o concurso poderia cobrar história das políticas públicas e das instituições no Brasil pós-constituinte. Para além de Polayni, seria importante perceber se os candidatos conhecem detalhes do país no qual vivem, como o Estado está se estruturando, quais foram as características dos governos e suas agendas. Mas o Brasil ainda é um país das teorias, onde mais importante que saber como as coisas funcionam é saber se a pergunta formulada é heterodoxa ou ortodoxa. Pior prá todo mundo, mas não um sinal de que o IPEA está desorientado.

Anônimo disse...

"A partir desse entendimento é que se dá, neste novo momento, maior peso às obras de Celso Furtado, Polanyi e Francisco de Oliveira."

O problema eh que lendo-se Chico de Oliveira ou Celso Furtado nao se aprende teoria, muito menos se aprende historia.

A nao ser que voce queira ler o Chico de Oliveira para aprender como se constroi a carreira de um aparatchik inutil que nunca produziu nada que prestasse.

Michel disse...

Penúltimo anônimo

Acho que não preciso comentar que pesquisa econômica aplicada inclui os temas de inclusão social. Como você mesmo disse: "Mas o Brasil ainda é um país das teorias, onde mais importante que saber como as coisas funcionam é saber se a pergunta formulada é heterodoxa ou ortodoxa." Um instituto de pesquisa econômica aplicada normal e decente focaria em "saber como as coisas funcionam" (e era isso que o IPEA tentava fazer na era pré-Pochmann), ao invés de focar em ortodoxia x heterodoxia. É a preocupação com esse debate que está gerando esse transtorno no IPEA.

Só pra você saber:
fortalecimento das instituições políticas - Ver Daron Acemoglu, depto. de economia do MIT, p/ um brasileiro, veja a página do Cláudio Ferraz.

e jurídicas - Ver Andrei Shleifer, de Harvard, Rafael LaPorta, de Dartmouth

ambiental - http://are.berkeley.edu/

Não se engane achando que economia aplicada não trata de questões ambientais, interações sociais, políticas e pobreza.

Anônimo disse...

Caro Michel,

Obrigado por sua mensagem. O meu ponto é um só: para fazer pesquisa sobre "como as coisas funcionam", é preciso saber mais que cálculo, é preciso saber sobre "as coisas". Por isso o concurso deve cobrar noções de história, sociologia, etc -- talvez com mais ênfase que ferramentas metodológicas quantitativas, que depois podem ser apreendidas ao longo da carreira na instituição.

Pode escrever: se o concurso fosse feito de acordo com os reclamos dos técnicos signatários da carta, dentro de alguns meses o IPEA teria mais 62 engenheiros -- a menos que os graduados em economia conseguissem, via CONFECON, uma liminar na justiça para fechar o concurso inteiro. E aí eu pergunto: o que fazer com 62 engenheiros? Monitorar in loco as obras do PAC?

Um abraço,

Penúltimo anônimo

Anônimo disse...

"Pequerson" e lúcida opiniao nao podem ir na mesma frase...

Anônimo disse...

Tirando o recalque que o penúltimo anônimo deve ter contra os engenheiros (deve ser porque estes, ao contrário de quem escreve teorias inspiradas em superstições como o marxismo, trabalham com coisas que funcionam), o "temor" dele não se justifica.
Se fizerem uma prova cobrando econometria, teoria de jogos, desenvolvimento de modelos macroeconômicos não há o menor risco de um engenheiro passar. A não ser que ele tenha mestrado ou doutorado em Economia, mas aí ele já estará pronto para fazer algo não só mais sofisticado que monitorar "in loco" as obras do PAC como também muito mais importante do que discutir o que Polanyi escreveu...

Anônimo disse...

Como engenheiro, quero repudiar tanto o penultimo anonimo quanto o galego. O comentario infame do penultimo anonimo fala por si, agora 'desenvolver modelos macroeconomicos' nao e nem um pouco 'mais sofisticado' que monitorar obras de grande porte. Depois nao sabem porque roubamos as vagas dos economistas no mercado financeiro.

Anônimo disse...

Ao último anônimo...
Realmente, me expressei mal no último post. Dependendo da obra, monitorá-la pode ser complicado prá caramba. Foi um lapso meu, para ironizar a asneira que o penúltimo anônimo escreveu, acabei pisando feio na bola. E quem me conhece sabe que, por razões óbvias, eu jamais poderia desmerecer os engenheiros.

Um abraço, e desculpa o "gol contra".

PS: os engenheiros não roubam as vagas dos economistas no mercado financeiro... as conseguem por mérito próprio.

Anônimo disse...

Senhores, acho que todos estão muito nervosos. A prova do IPEA foi vergonhosa, fato! Resta saber até quando as coisas ficarão assim. Temos diversas instituições de ensino picaretas sim, mas lembrem-se que não devemos levar nosso julgamento dessa forma. Me formei em economia pela Unicamp e fiz meu mestrado na FGV. Conheci os dois lados da moeda. A Unicamp tem seus lados positivos. A Universidade tem muito renome no país, o que faz com que muitos alunos bons acabem por cursá-la. Se o curso é bom ou não isso é outra historia, mas posso dizer com certeza que a maior parte da minha turma era muito inteligente. Entretanto o curso sempre deixou a desejar. Mas lembrem-se que essas coisas se corrigem. A faculdade é cada vez mais desmerecida e no mercado de trabalho temos até alguns problemas se citamos nossa formação. Na FGV, entretanto, os alunos não eram tão bons quanto aqueles com que estudei na graduação, mas o curso era muito mais sério. Falo tudo com conhecimento, tendo sido aluno do Pochmann, que é um professor limitado, assim como João Manuel e outros. Lembrem-se que os “pensadores” da Unicamp, na verdade só são considerados pensadores dentro da própria Unicamp. O Governo Lula (diga-se de passagem, governo esse que gostei) está no fim e que se o Serra realmente ganhar, essa historia de Pochmann acaba (quem sabe novos desafios surjam). As coisas se corrigem com o tempo. Lamento apenas por meus amigos que estudaram muito para esse concurso, e em alguns casos, por estarem fora do Brasil a muito tempo, se esquecerem que “shit does happen”, não conseguindo fazer essa prova ideológica. Amigos esses em sua maioria heterodoxos, que saíram do país para aprender métodos quantitativos de verdade, mas que não esperavam algo tão assustador.
Como em tudo que envolve política, existem aqueles que são sérios e aqueles que nem tanto. Tive professores bons na Unicamp, mas muitos deles acabaram se desligando da instituição assim que conseguiram se colocar em uma Universidade melhor. Economia na Unicamp cada vez mais se torna um curso apático dentro da Unicamp e aqueles que são “picaretas” vão tentando achar maneiras de se manter. Não sou contra o desenvolvimento, lamento aqueles que criticam Keynes, pois é um dos melhores autores que li, assim como Marx (erroneamente confundido por aqueles que nunca o leram de verdade e apenas importarem algum bordão se chamando marxistas ou criticando os mesmos). A Visão sempre deve ser plural e digo para aqueles que gostam de reclamar, que leiam Marx, Friedman, Keynes, Nash, etc.... Só assim as coisas se completam e fazem sentido...

As coisas se acertam com o tempo, acho importantíssimo a expressão de indignação da grande maioria. O debate é essencial... Lamento, dou ao tempo a obrigação de corrigir as barbaridades...

Abraços e desculpas por eventuais erros gramaticais que tenha cometido.