Durante o último ano, o Brasil passou por transformações que a meu ver podem prejudicar seu desenvolvimento. Eu me refiro especificamente às grandes fusões/aquisições, concentrações de mercado per se, que ocorreram recentemente (ex. Itaú-unibanco, Brasil Foods – post do Theo, agora Pão de Açúcar compra Ponto Frio , e devem ter outras que não estou listando). Todos sabemos que quando duas empresas se unem, ganham em escala, na distribuição,... em fim a nova empresa ganha “sinergia”. Por outro lado, a capacidade desse setor se cartelizar aumenta, pois se reduz a taxa mínima de desconto necessária para que o conluio ocorra como resultado de em equilíbrio de Nash (lembrando daqueles teoremas folk, mais especificamente o de J. W. Friedman (1971)) e a nova empresa ainda ganha vantagens do ponto de vista estratégico.
Bem, grandes fusões/aquisições estão ocorrendo nos últimos meses no Brasil devido a crise, porque talvez seja difícil barrar essas operações quando o mundo está passando por uma recessão econômica. Qual será o custo de longo prazo dessa brincadeira? Como essa nova “organização” de mercado vai contribuir para o Bem-Estar/Desenvolvimento do Brasil?
Há 3 anos
8 comentários:
Bernard, você sabe muito mais que eu sobre cartelização vertical, horizontl, diagonal e transcendental. Mas esse caso específico do ponto frio acho menos ruim que a BRF e o itau-unibanco.
Os controladores (lily safra e o filho dela) já queriam vender a rede há bastante tempo (essa era a segunda tentativa de venda). Nos outros casos, a motivação principal da fusão era aumentar market share.
Além disso, eu não sei os números, mas acho que o ponto frio não é assim tão grande em termos de participação no varejo nacional. E é uma aquisição horizontal, que eu imagino que seja menos pior do que aquisições estritamente dentro do mesmo ramo.
Perdoem o meu total desconhecimento do mundo corportativo, mas o ponto frio não pertencia ao grupo Unibanco?
pertencia à família Safra
estou de acordo com o Rafael; o Valor de hoje aponta que o faturamento do Ponto Frio ano passado foi de R$ 4,7 bilhões. O Grupo Pão de Açúcar, que ano passado faturou R$ 20,8 bilhões, passa agora a frente do Carrefour (R$ 22,5 bilhões em 2008) no mercado de varejo no país.
é porque uns 2 ou 3 anos atrás a lily safra tentou vender, e o principal interessado era o unibanco (ou a família moreira salles, não sei bem). Mas acabou não rolando a venda.
O mercado em que o ponto frio atua é diferente do mercado em que o pão de açucar atua,não é?
Não é claro para mim em que mercado está ocorrendo a concentração.
Como o pão de açúcar criou uma ameaça aos consumidores, se ele apenas está diversificando suas operações para áreas em que não atuava ainda?
Foi assim que o Darth Vader começou. É por isso que tem tanta gente com medo do Abílio Diniz.
Rafael, concordo com você. Essa aquisição é bem menos grave que as outras, mas acho que as firmas estão aproveitando (ou realmente precisando) o momento de crise para fazer essas operações a medida que o regulador “preocupado com o bem estar” pode ter menos alternativas.
“Victor”, mesmo que as duas empresas atuem em dois mercados distintos, uma fusão/aquisição aumentaria o espaço de ações relevantes da nova firma, por exemplo, a ameaça da nova firma punir o setor pode ser mais crível. Porém, como não estudei OI, me avisem se eu estiver errado.
Carlitos, o Lord Vader não começou assim. Ele nasceu com infinitos midicloreans no sangue, não recebeu o treinamento na idade certa (se é que para ele existiria dado todas as lendas sobre ele) e, contrariando o Mestre Yoda, o seu mestre insistiu em treiná-lo.
vai saber quantos midicloreans o abílio diniz tem, né.
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