segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Anything but policy

Hoje foi o primeiro dia do Second Latin American Advanced Programme on Rethinking Macro and Development Economics (LAPORDE).

A palestra com o Ha-Joon Chang voltou a mostrar que todos os principais países hoje desenvolvidos se utilizaram de protecionismo para desenvolver setores antes incipientes. A evidência empírica é concreta, e do ponto de vista teórico de fato não há incompatibilidade entre ineficiência estática e eficiência dinâmica (muito pelo contrário, aliás; esse trade-off está presente nos conceitos econômicos tão básicos quanto a maximização de lucros do monopolista, e é conhecido de forma mais geral como conjectura de Coase).

Claro que não é fácil escolher quais setores proteger, quando eliminar a proteção, etc. Mas não há motivo nenhum para acreditarmos que fazer política econômica deveria ser algo simples, ou que deveriámos deixar tudo o que é complexo para o mercado. Quando há externalidades (sobretudo quando falamos de efeitos dinâmicos sobre outros setores), intervenção governamental pode ser desejável.

Queria destacar um comentário do Ha-Joon que julgo bastante interessante. Ele chama a atitude do mainstream em relação a Desenvolvimento de 'Anything-but-Policy Economics' ("Se um país cresce mais que outro, a causa fundamental não podem ser políticas; afinal, porque o outro país não adota as políticas que levaram ao crescimento do outro?").

Para mim, a resposta a essa pergunta tem a ver com o fato de que 1) não é consensual quais sejam as melhores políticas a cada contexto, 2) mesmo quando o é, podem não ser adotadas por fatores institucionais, 3) mesmo quando são adotadas, implementação é uma arte.

Deveríamos entender mais sobre policy making...


41 comentários:

M disse...

Acho importante deixar registrado: eu não credito no Ha-Joon Chang.

"O" Anonimo disse...

Esse sofisma do Ha-Joon Chang não sobrevive um pouquinho de teoria aplicada ou de conhecimento de história econômica. Afinal, assim como havia tarifas altas na Alemanha ou nos Estados Unidos no século XIX, havia tarifas altas também no Brasil no mesmo período (mais altas que na Alemanha, aliás) além de barreiras naturais ao comércio que aumentavam mais ainda a proteção tarifária para os industrialistas brasileiros (ou argentinos etc.)

Tiago Caruso disse...

Eu quero as evidências. Onde está o link para o paper? Onde ele foi publicado?

"O" Anonimo disse...

Evidências de quem, minhas ou do Chang?

Theo disse...

"O", fique tranquilo. Creio que o Caruso quer evidências do paper do Ha-Joon Chang. Eu também quero ver essa.

Tiago Caruso disse...

Do Chang né Ó.

Bizarramente, eu confio mais em um anônimo que atende pelo nome de uma vogal do que no Chang.

Guilherme Lichand disse...

está em livro: Bad Samaritans, link na Amazon: http://www.amazon.com/Bad-Samaritans-Secret-History-Capitalism/dp/1596913991

Além dos dados de tarifas, tem discursos de uma infinidade de presidentes e ministros dos EUA e Inglaterra atestando o apreço pelo protecionismo, desprezo pela propriedade intelectual, etc.

"O" Anonimo disse...

Mas Guilherme, isso é truque de retórica que o Chang usa para enganar os incautos e ganhar dinheiro dando consultoria em país subdesenvolvido com baixo capital humano :)

Usando os mesmos métodos do Chang, alguém poderia argumentar que o segredo do desenvolvimento do Ocidente foi o trabalho infantil ou a repressão à mulher ou até a peste bubônica na Europa e varíola na América do Norte.

Na realidade, existe um bocado de evidência sugestiva que a peste bubônica foi um marco no desenvolvimento do Ocidente. Pois foi após ter sua populacão dizimada, os salários reais na Europa aumentaram consideravelmente. Mas nada que sugere que este seja um caminho que possa ou deva ser replicado.

"O" Anonimo disse...

Continuando sobre o Ha-Joon, eu conheco outros economistas coreanos e todos reclamam ou gostam de contar anedotas sobre a corrupcão em seu país. Um deles chegou ao ponto uma vez de me dizer que duvida que qualquer país da América Latina pudesse ser tão corrupto hoje quanto a Coréia do Sul era durante sua trajetória de país pobre para país avancado.

Outra característica típica do (sul-)coreano e que eu vivi na pele convivendo e vi confirmada em ensaios antropológicos é a verticalidade de suas relacões interpessoais. Se você algum dia tiver um orientador ou chefe sul-coreano, vai entender como que a dinastia dos baixinhos megalomaníacos da Coréia do Norte consegue se manter no poder por tantas décadas.

Guilherme Lichand disse...

Há de fato evidências de que a peste bubônica contribuiu para a ignição do processo de transição demográfica, que dá início à elevação da renda per capita na história da civilização. À exceção de alguns países da África, contudo (que retornaram ao estado malthusiano em decorrência da queda da expectativa de vida adulta em função da pandemia de AIDS, ver Kalemli-Ozcan, forthcoming), os países em desenvolvimento já concluíram sua transição demográfica.

Sobre trabalho infantil, é pouco claro de que forma ele pode ter contribuído para o desenvolvimento do setor de automóveis japonês, ou de telefonia móvel finlandês, por exemplo, setores que foram fortemente protegidos e subsidiados durante anos pelos seus respectivos Governos.

Entendo a natureza da sua crítica como um conceito geral, mas não me parece que é o caso com o livro do Ha-Joon; aliás, o 'Chutando a Escada' é ainda mais focado em estudar uma infinidade de países setor a setor. Acho difícil explicar a expansão de setores protegidos via outra coisa que não era setor-específica. Vale ler o(s) livro(s).

Para concluir, o Ha-Joon é bem cuidadoso em não recomendar replicar as políticas do passado. O mundo hoje é diferente, a cadeia de valor muito mais segmentada. Mas o fato é que países hoje desenvolvidos usaram de proteção se desenvolver setores-chave de uma economia moderna. Economias em desenvolvimento podem aprender com isso.

"O" Anonimo disse...

"Entendo a natureza da sua crítica como um conceito geral, mas não me parece que é o caso com o livro do Ha-Joon; aliás, o 'Chutando a Escada' é ainda mais focado em estudar uma infinidade de países setor a setor. Acho difícil explicar a expansão de setores protegidos via outra coisa que não era setor-específica. Vale ler o(s) livro(s)."

São apenas anedotas selecionadas de países de sucesso. Se Ha-Joon fosse um pesquisador mais sério, ele mostraria o outro lado, todos os países que fracassaram e também usaram protecionismo e escolheram campeões nacionais.

"Para concluir, o Ha-Joon é bem cuidadoso em não recomendar replicar as políticas do passado."

Definitivamente não foi minha impressão lendo ele.

"O mundo hoje é diferente, a cadeia de valor muito mais segmentada. Mas o fato é que países hoje desenvolvidos usaram de proteção se desenvolver setores-chave de uma economia moderna. Economias em desenvolvimento podem aprender com isso."

Aprender o que? Que se seu país tem mais de 100 milhões de habitantes, tradicão na indústria pesada, altas taxas de poupanca e um governo disposto a descer a lenha em qualquer sindicato socialista, você pode desenvolver a indústria automobilística assim como fez o Japão? Grande licão, pronta para ser aplicada em qualquer país em desenvolvimento!

Unknown disse...

Em um dos seus últimos papers Chang diz, singelamente, que os problemas econômicos nos países latino-americanos na década de 80 coincidiram com o fim das políticas industriais. P mim uma afirmação dessas encerra - da pior forma possível - o debate.
Outra coisa: esse papo dele de q "todo mundo fez" é a alegria dos nossos heterodoxos.

"O" Anonimo disse...

"Em um dos seus últimos papers Chang diz, singelamente, que os problemas econômicos nos países latino-americanos na década de 80 coincidiram com o fim das políticas industriais. P mim uma afirmação dessas encerra - da pior forma possível - o debate."

Se ele disse de fato isso, duvido que seja possível alguém conceber alguma evidência mais incontestávelm que Ha-Joon Chang não é um cientista social sério.

Guilherme Lichand disse...

Que eu saiba, o que ele diz - e é um fato - é que a taxa de crescimento dos países latino-americanos era mais alta durante o período de políticas industriais do que no período subsequente.

M disse...

A mãe de todas as endogeneidades.

Anônimo disse...

Leitura recomendada,

O Bill Easterly acaba com o Chang:

http://www.nyu.edu/fas/institute/dri/Easterly/File/NYR_sept09.pdf

Acho que não sobrou nada.

Tiago Caruso disse...

O que me impressiona é a total falta de rigor que heterodoxos têm com seus pares.

1)Discursos e declarações de chefes de estado não são levados a sério nem entre historiadores, quão mais entre economistas.

2)Onde estão as regressões múltiplas? Análise descritiva é coisa de segundo grau? Ele tratou do problema de endogeneidade?

3) Artigo ceintífico é tratado em revista acadêmica. Se for para ficarmos citando livros, vamos acabar discutindo a "História da riqueza do Homen".

Galego disse...

Lembrando um tópico anterior do Caruso, ainda bem que o Ha-Joon-Chang não é médico.

Se fosse, ele chegaria a raciocínios tipo: todo mundo bebe água, todo mundo morre, logo, beber água mata.

Anônimo disse...

A resenha do Easterly contém algo que poderíamos talvez chamar de falácia da causalidade. No exemplo que ele dá sobre o HIV: ter o vírus CAUSA o teste positivo (99,9%de certeza). Porém outros fatores causam o teste positivo (somente 9%é causado pelo vírus).
Usando a mesma probabilidade condicional para o Chang: ser desenvolvido CAUSA protecionismo (pois 100% dos países desenvolvidos foram protecionistas algum dia). Porém outros fatores causam protecionimo (somente uma pequena parcela dos protecionistas são desenvolvidos.
Mas o que o Chang diz não é isso, a causalidade é no sentido inverso dessa anedota.
Um exemplo melhor de probabilidade condicional seria: remédio cura doença(40% de certeza), mas outros fatores curam doença (apenas 20% das doenças são curadas por remédios). Você preferiria tomar remédio (ser protecionista) ou não?

"O" Anonimo disse...

“O Bill Easterly acaba com o Chang:
http://www.nyu.edu/fas/institute/dri/Easterly/File/NYR_sept09.pdf
Acho que não sobrou nada.”

Desmontou completamente. Não que seja difícil ridicularizar o Chang, pois o coreano picareta é tão ruim, que parece até premeditado :)

Anônimo disse...

Gilherme, estranho vc acreditar nisso... o que andam ensinando na PUC?

"O" Anonimo disse...

"Gilherme, estranho vc acreditar nisso... o que andam ensinando na PUC?"

Ele foi infectado em São Paulo antes de vir para a PUC, aparentemente.

Minha aposta é que um pouco mais de experiência de vida e ele rompe os grilhões que o amarram à escola da avenida 9 de julho.

Guilherme Lichand disse...

Acabo de ler o comentário do Easterly. Em primeiro lugar, a analogia com o teste de HIV é ridícula e só um leitor limitado incapaz de interpretar criticamente um texto (ou alguém com muito desejo de confirmar as próprias crenças) poderia concluir do livro que adotar essas políticas é garantia de sucesso.

Eu mesmo citei no post as ressalvas que o autor faz à possibilidade de replicação; ao meu ver o ponto principal é que - além do que já sabemos de que não se pode identificar efeito estatisticamente significativo de livre comércio sobre crescimento de maneira consensual na literatura, em parte porque ao meu ver a abordagem de identificação é incorreta, algo sobre o qual pretendo voltar a escrever no futuro - as histórias de sucesso envolveram proteção. Isso não quer dizer que proteger setores vai te levar necessariamente ao sucesso, mas sugere de certa forma que não proteger possivelmente não vai. Você pode criticar as evidências dele com outras evidências, mas em aceitando o que ele apresenta, falacioso é discordar do que eu escrevi acima.

Não preciso defender o Chang, ele mesmo pode fazer isso, mas creio que ele tem um ponto baseado em dados disponíveis para qualquer um, e já que se critica tanto os heterodoxos por ignorar os dados, acho ridículo que aqui se venha combater evidência com ar.

Finalmente, só para argumentar sobre um ponto que já apareceu aqui antes, Easterly menciona uma série de barreiras não-tarifárias existentes nos países pobres. Mas isso é irrelevante! Só mostra que, de fato, proteger não é garantia de sucesso. Mas não desmente o fato de que as economias hoje desenvolvidas tinham, sim, tarifas elevadas.

Como eu disse, não é simples fazer política industrial, e está longe de ser garantia de sucesso, mas em vista do que aconteceu com a produtividade das manufaturas na América Latina - em especial no Brasil e no México, tema do meu próximo post - a partir de 1980, parece mais do que necessário refletir sobre isso.

Anônimo disse...

Não sei se deveríamos saber mais sobre policy-making, mas definitivamente deveríamos saber mais sobre a conjectura de Coase... Ela, basicamente, diz que um monopolista produtor de um bem durável que não tenha comprometimento acabará vendendo seu bem a custo marginal. Coase enunciou e Gul, Sonnenchein e Wilson provaram o resultado depois de muito tempo (o resultado é verdadeiro se os consumidores forem suficientemente pacientes). Há uma literatura enorme com variantes sobre o tema (para artigos recentes, ver, por exemplo, Wiseman e McAfee (2008), Cho (2009), Fuchs e Scrypacz (AER forthcoming). Nenhuma relação com "ineficiências estáticas e ficiência dinâmica" (talvez V. se refira a patentes, que implicam a concessão de monpólio expost -- que, em geral, gera ineficiências -- , que geram incentivos exante a investimentos em ReD. Mas, como diz o Genoino, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa).

Anônimo disse...

Como eu disse, não é simples fazer política industrial, e está longe de ser garantia de sucesso, mas em vista do que aconteceu com a produtividade das manufaturas na América Latina - em especial no Brasil e no México, tema do meu próximo post - a partir de 1980, parece mais do que necessário refletir sobre isso.


Você ia gostar de estudar na UFRJ.

Ou de trabalhar no BNDES.

Guilherme Lichand disse...

obrigado pela correção, V., me referia mesmo à questão das patentes.

"O" Anonimo disse...

“Eu mesmo citei no post as ressalvas que o autor faz à possibilidade de replicação; ao meu ver o ponto principal é que - além do que já sabemos de que não se pode identificar efeito estatisticamente significativo de livre comércio sobre crescimento de maneira consensual na literatura, em parte porque ao meu ver a abordagem de identificação é incorreta, algo sobre o qual pretendo voltar a escrever no futuro - as histórias de sucesso envolveram proteção.”

Esse parágrafo tem tantos erros que parece até que você está psicografando... O que você diz que não existe efeito estatisticamente significativo de abertura comercial é completamente errado ao ponto de ser absurdo. Não é uma questão de opinião. Existe evidência que não acaba mais que abertura em suas várias dimensões (comercial, mas também em outras) está no centro da questão do desenvolvimento.

Se você quiser seguir a estratégia do Chang de olhar para a história, vale lembrar que os EUA são ricos hoje porque eram infinitamente mais abertos que o Brasil em tempos coloniais.

Enquanto nós sofríamos com monopólios comerciais coloniais – na metade do século XVIII o porto de Santos era proibido de comerciar com o resto do mundo – os americanos de Massachusetts navegavam a rota do Extremo Oriente para comerciar com a China. Não é por acaso que as 13 colônias da América do Norte se tornaram o país mais rico do mundo e não a colônia portuguesa da América do Sul.

“Não preciso defender o Chang, ele mesmo pode fazer isso, mas creio que ele tem um ponto baseado em dados disponíveis para qualquer um”

Não sei que ponto ele tem. Ele demonstra que não existe nenhum país que tenha se comportado historicamente como uma virgem livre-comerciante. Isso é um espantalho. É como a história do fumante inveterado que é sedentário e aponta o dedo em riste para o maratonista que dá umas tragadinhas de vez em quando e diz que o outro está em forma porque fuma.

“Finalmente, só para argumentar sobre um ponto que já apareceu aqui antes, Easterly menciona uma série de barreiras não-tarifárias existentes nos países pobres. Mas isso é irrelevante! Só mostra que, de fato, proteger não é garantia de sucesso. Mas não desmente o fato de que as economias hoje desenvolvidas tinham, sim, tarifas elevadas.”

Ops... Isso só prova que o ponto do Chang é irrelevante.

“Como eu disse, não é simples fazer política industrial, e está longe de ser garantia de sucesso, mas em vista do que aconteceu com a produtividade das manufaturas na América Latina - em especial no Brasil e no México, tema do meu próximo post - a partir de 1980, parece mais do que necessário refletir sobre isso.”

Estamos esperando o seu próximo post.
Recomendo muito cuidado para não ecoar asneira dos outros.

Rogerio Ferreira disse...

"O",

considerando esta discussão sobre o protecionismo, lembrando da lei de reserva de informática, o Brasil deveria ser líder no setor de informática, certo?

E todas aquelas restrições a importar que tivemos, não deveriam ter elevado a nossa competitividade?

Mas o Brasil ficou mais competitivo nos anos 80 ou nos anos 90 (desconsiderando a restrição externa)?

Anônimo disse...

V.? Te enganaste, eu sou o L. ou o S.

De qualquer forma, algo que tem mudado minha concepção sobre propiedade intelectual é o seguinte:
http://levine.sscnet.ucla.edu/general/intellectual/againstfinal.htm

Vale a pena ler.

Anônimo disse...

Propriedade, quis dizer.

L.

Anônimo disse...

Guilherme,

100% de acordo. Seus textos são, de longe, os de maior qualidade em relação a seus pares no espectro (se bem que o post de estreia do Augusto foi bem interessante também). Alguns comentários são chocantes, seja pela arrogância usual, seja pelo nonsense (cadê a regressão múltipla?, eu não 'credito" em Ha-Joon Chang, é truque de retórica para enganar incautos, e por aí vai...)
List seria um ótimo início a eles, não?
Abraço e continue "na luta" com seus ótimos textos,

(ps: kicking away the ladder tb)
Morgenstern

Rogerio Ferreira disse...

Morgenstern,

isto aqui é um debate sobre argumentos, e não um campo de discórdia. Parece que você quer cooptar o Guilherme.

O fato de você concordar com ele não torna os textos dele melhores que o dos outros membros (e não tenho nada contra ninguém aqui).

E ler List não resolve em nada o debate aqui. É só um autor que defende a proteção à industria nacional.

E se você critica a arrogância de alguns, faz uso de um recurso pior ainda que é a disfarçatez e a ridicularização.

Você apenas tentou criar a discórdia, não respondeu em nada o debate e ainda tenta cooptar o Guilherme.

Que papel ridículo!

"O" Anonimo disse...

"considerando esta discussão sobre o protecionismo, lembrando da lei de reserva de informática, o Brasil deveria ser líder no setor de informática, certo?"

Existem protecionismos e protecionismos. Alguns são inócuos, outros não. De longe aquele que causa mais distorções é a protecão à indústrias que fabricam insumos ou bens de capital, pois as ineficiências são transmitidas para outros setores.

Talvez por ódio ao Brasil, corrupção, ou mais provavelmente porque são muito mas muuuito burros, é comum que 'desenvolvimentistas' no Brasil tenham uma predileção por exatamente esse tipo de proteção. Esse foi o caso da lei de informática.

Outra asneira de nossos desenvolvimentistas é a ênfase no que eles chamam de cadeias produtivas, que nós deveríamos 'controlar'. Pois foi exatamente as políticas visando controlar a cadeia produtiva que isolaram o Brasil da cadeia produtiva global. Enquanto estávamos protegendo a indústria nascente, os malaios e taiwaneses estavam perguntando para os japoneses e americanos o que eles precisavam fazer para que abrissem plantas no país deles.

Ainda as tais 'cadeias produtivas'... Os eletrônicos 'made in Malaysia' ou 'made in China' na realidade em geral são apenas montados lá, com componentes sofisticados vindo da Coréia, Japão ou Taiwan, muitas vezes com design vindo dos EUA. Pouca gente se dá conta disso, mas grande parte dos maiores exportadores chineses são firmas taiwanesas ou coreanas.

Nós escolhemos, isto é, os nossos desenvolvimentistas em conluio com ou a serviço de algumas famílias da mais alta plutocracia resolveram nos deixar fora desse processo. Diga-se de passagem a lei de informatica enriqueceu um bocado de gente, inclusive uma dinastia de banqueiros paulistas, da mais fina flor da plutocracia. Não são um amor?

"E todas aquelas restrições a importar que tivemos, não deveriam ter elevado a nossa competitividade?"

Quá quá quá...

"Mas o Brasil ficou mais competitivo nos anos 80 ou nos anos 90 (desconsiderando a restrição externa)?"

A sofisticacão de nossas exportações aumentou, disso ninguém pode ter dúvida. Sem a abertura comercial ou com a lei de reserva de informática, a Embraer nunca poderia competir com a Bombardier.

Anônimo disse...

Não é arrogância. É falta de paciência com ignorantes de plantão. Se quer ser burro, seja em outro lugar.

MC

Guilherme Lichand disse...

O que me impressiona é o dogmatismo, de um lado e de outro. Acho curiosíssimo alguém ter compromisso com método. Me impressiona também, em ambos os lados, a relutância enorme em olhar os dados e o apreço por argumentos de autoridade. Eu sou um pragmático: me interesso sobre o que diz algo de útil sobre a realidade. Mas não postei aqui para convencer ninguém; o debate é o objetivo em si, acho que aprendemos com ele.

"O" Anonimo disse...

Hey, Guilherme! A impressão que eu tenho é que com este último post ("O que me impressiona é o dogmatismo..."), você está fugindo do debate, não participando.

Anônimo disse...

Rogério,

Seu comentário é, digamos, ridículo, digno de quem despreza a história econômica ou, no mínimo, minimiza a importância da obra de List.
"E ler List não resolve em nada o debate aqui. É só um autor que defende a proteção à industria nacional.".
Também não tenho nada contra ninguém aqui, e muito menos quero criar discórdia (de onde tirou isso??) mas na minha opinião há uma diferença enorme de qualidade dos textos. Ponto.
Ok, não contribuí em nada. Poderia então me mostrar a sua contribuição a este tema? Aguardo ansiosamente seus argumentos.
Morgenstern

M disse...

Algum anônimo aí postou um link pra algum trabalho do Levine. Recomendo muito a leitura. As idéias do cara sobre propriedade intelectual são muito interessantes e bem embasadas.

Rogerio Ferreira disse...

Eu não vou cair neste joguinho de provocações que você tenta fazer.

A minha contribuição é manter o debate no plano dos argumentos e não das intrigas.

Anônimo disse...

" A minha contribuição é manter o debate no plano dos argumentos e não das intrigas ".
Repito pela última vez: aguardo seus ARGUMENTOS sobre o tema.

Morgenstern

Rogerio Ferreira disse...

Por quê? Vai me dar zero se eu não apresentar?

Vou ficar de castigo ajoelhado no milho?

Eu não te devo nada.