quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A pergunta da Isaura

Semana passada lá estávamos minha patroa e eu assistindo um dos seriados médicos que acompanhamos (me recuso a dizer qual, mas não era Greys Anatomy) quando ela me perguntou se eu já tinha pensado alguma vez na vida em ser médico.

A minha resposta padrão é dizer não. Qualquer um que conheça minha desastrosa habilidade motora fina sabe que eu jamais deveria ter permissão de tocar em um bisturi. No entanto, refleti um pouco mais do que de costume e respondi: Já, agora!

Minha resposta vem de uma certa descrença que as vezes tenho na capacidade da pesquisa em economia de contribuir para o bem-estar da humanidade. Afinal, se que quero ser pesquisador queria ao menos ter certeza de que meu trabalho ajudará os outros.

Para elucidar o problema, consigo elaborar facilmente uma lista de grandes problemas da medicina:

-Como curar e previnir Aids
-Como curar o câncer.
-O que causa os males de Alzheimer e Parkinson e como curá-los.
-O que gera esquizofrenia.

E por ai vai. Elaborar essa lista em economia me parece bem mais difícil. Alguns amigos macroeconomistas me sugeriram problemas inspirados pela crise. Por exemplo, como prevenir depressões, como a política monetária deve levar em conta novos produtos financeiros.

Me parece pouco. Eu sinto que nós economistas somos os garotos chatos que sentam na frente na sala de aula. Ficamos muito bons em responder perguntas, mas as nossas perguntas não são tão boas.

Se alguém puder me ajudar com grandes problemas da ciência econômica que eu não esteja levando em conta, eu agradeço. Creio que a Isaura não vai me tolerar por mais 6 anos de faculdade de medicina e 2 de residência até que eu comece a botar algum pão em casa.

32 comentários:

Theo disse...

Como fazer com que o próprio mercado faça com que escolas heterodoxas desapareçam.

Anônimo disse...

penso nisso todo dia e ainda nao vi uma solucao. As vezes me contento com o fato de que estou fazendo algo que gosto e a sociedade esta disposta a pagar pelos servicos de economista. Mas parece pouco. As vezes parece que a sociedade vai descobrir que economista e uma fraude, e vou morrer de fome.

Anônimo disse...

Enquanto os economistas ficarem mais preocupados com a "elegância do modelo", com encontrar bases de dados exóticas, com modelos econométricos quase exotéricos,com equilibrios gerais em espaços siderais, realmente a profissão terá pouco a oferecer para a sociedade.

Mas existem inúmeros problemas práticos para os quais os economistas podem ajudar muito em oferecer respostas. Se estiver meio sem rumo, recomendo a leitura do Banqueiros dos Pobres, do Yunus. Ele fez mais pela humanidade do que todos os artigos publicados na Econometrica juntos.

Tiago Caruso disse...

Eu li o Banqueiro dos Pobres. Bem interessante, mas um pouco panfletário. A contribuição o Yunus é enorme, tanto que lhe rendeu um prêmio Nobel. Paz, não de economia. A minha pergunta é como a pesquisa em economia pode ajudar as pessoas não como economistas podem fazê-lo. Percebe a diferença?

Tiago Caruso disse...

Anonimo anterior,

eh exatamente assim que me sinto, so nao acho que economia seja uma fraude, so acho que estudar ciencias sociais aplicadas as vezes eh vao.

Theo,
o mercado jah esta fazendo isso.

Abs

Michel disse...

Caruso, com relação à "Ficamos muito bons em responder perguntas, mas as nossas perguntas não são tão boas."...num sei se eu concordo tanto. Acho que as perguntas são até muito interessantes e ambiciosas (pra citar a mais básica: por que alguns países e pessoas são mais ricos(as)/tem mais bem estar que outros(as)...quase qualquer questão sobre a qual se possa pensar em redistribuição - ou seja, que enfrente recursos finitos - é uma questão econômica).

Agora, é difícil discordar de você se a frustração é que, muitas vezes, a resposta que a gente dá é pouco ouvida... Acho que posso dizer algumas questões, porém, nas quais temos o potencial de nos tornarmos relevantes para o mundo ou já fomos relevantes: podemos olhar para prescrições de política sobre tentativas de mudar o mundo (nem sempre bem sucedidas) por parte de Bancos Centrais, Banco Mundial (que, por exemplo, vem procurando formas de incentivar adoção de "instituições boas") ou pelo FMI; ou para a própria orientação de que comunismo é baboseira durante os anos 30-70.

"O" Anonimo disse...

Fomos nós economistas que influenciaram os políticos a agir para debelar a crise e ao que tudo indica nossa contribuição provavelmente evitou uma nova grande depressão.

Tiago Caruso disse...

O,

não duvido que economistas têm grande poder. Só queria que você me dissesse qual foi a grande descoberta da pesquisa econômico que permitiu essa intervenção.

Abs

"O" Anonimo disse...

“Só queria que você me dissesse qual foi a grande descoberta da pesquisa econômico que permitiu essa intervenção.”

Para ficar no exemplo mais óbvio e congruente com meu comentário anterior, a macroeconomia keynesiana e suas ramificações (neo-keynesianismo em particular), ora bolas!

Basta comparar o que está sendo a crise atual com a crise de 1930 ou aquela da década dos 1870s.

Tiago Caruso disse...

"O",

o combate às crises está relacionado com descobertas antigas da teoria econômica. Eu não estou reclamando que pouco foi descoberto, estou reclamando que pouco parece precisar ser descoberto. Mas aguardo sugestões.

"O" Anonimo disse...

Eu acho que você está sendo muito romântico, sonhando com grandes descobertas etc. Economistas são mais engenheiros do que físicos. Existe uma infinidade de questões econômicas a ser respondidas, sempre vai haver porque a economia evolui, ainda que lidemos primordialmente com questões inframarginais relativamente à fronteira do conhecimento.

Se isso for um consolo, boa política econômica vai ajudar a sociedade a ser rica suficientemente (por exemplo, evitando um recrudescimento de barreiras comerciais como aconteceu nos anos 1930), podendo assim dedicar recursos humanos e materiais para pesquisa sobre, digamos, uma vacina para a malária ou AIDS.

Anônimo disse...

Vários comentários sonhadores até agora. Tudo bem, sonhar é de graça.

O que o economista deveria estudar é como eliminar a compulsão em se intrometer nas finanças públicas e interferir nos negócios alheios.

Se não atrapalhar a sociedade com manipulações monetárias criadoras de "booms" artificiais, e intervencionices fiscais em nome do "bem comum", já estarão fazendo um enorme favor. Basta deixar o jogo rolar, coibindo os excessos.

Economista não cria progresso nenhum. O que cria progresso é produtividade, educação, disposição para tomar riscos...isso já se sabe desde adam smith. Aliás, com Smith e Ricardo já se tem teoria suficiente para entender o essencial. Grande parte do resto é charlatanismo, tipo expectativas racionais, alice no pais das maravilhas e por aí vai.

Mas a ânsia de reinventar a roda usando matemática sideral, o desejo patológico de controlar a vida alheia, a vaidade intelectual, as aspirações de influência e poder político, isto sim, pode levar os economistas a ferrarem com a vida de milhares de pessoas.

Na verdade os economistas estão hoje para as sociedades como os curandeiros estavam para a medicina do século XIX.

Roberto

"O" Anonimo disse...

“Economista não cria progresso nenhum. O que cria progresso é produtividade, educação, disposição para tomar riscos...isso já se sabe desde adam smith. Aliás, com Smith e Ricardo já se tem teoria suficiente para entender o essencial.”

Isso é obviamente falso. Dos tempos de Ricardo até os 1930s, recessões eram muito mais profundas e longas. Foi a economia keynesiana que veio para substituir a ortodoxia do século XIX que criou o instrumental que tem evitado uma reedição das grandes depressões de 1870 e 1930.

João Paulo M. Terra Baroni disse...

Um dos problemas no estudo da Economia é o desgaste no estudo Macroeconômico. Não existe política econômica ideal. Há várias receitas, dos gostos mais amargos aos adocicados.

Pra responder a questão da carência de perguntas eu recorro aos primeiros dias de faculdade, quando se define que a Economia é a ciência dos recursos escassos. Não há um asterisco na frase, limitando as possibilidades de atuação. Por que não trabalhar em empresas, analisando dados (cruzando informações internas e externas)?

Os recursos escassos estão por toda a parte (só não há escassez no debate macroeconômico, rs). Hoje há várias linhas de pesquisa diferentes, muitas interdisciplinares. Admiro os trabalhos publicados que tentam reinventar a teoria econômica, questionando pressupostos (como a racionalidade dos agentes, a informação perfeita e simétrica) e por aí vai.

No campo prático, por mais best-seller que pareça, o Freakonomics dá várias ideias do que podemos "palpitar" (a principal função do economista).

Os problemas estão por toda a parte, nas empresas, nos mercados, na produção, distribuição, no setor público e por aí vai. Dados são cada vez mais abundantes. Falta apenas gente para questioná-los, analisá-los.

Galego disse...

"Economista não cria progresso nenhum. O que cria progresso é produtividade, educação, disposição para tomar riscos...isso já se sabe desde adam smith."

Tudo isso já se sabe desde Adam Smith. Correto. Agora, resta identificar o que causa produtividade, educação, etc., como estimular um ambiente em que se possa tomar riscos...

"Grande parte do resto é charlatanismo, tipo expectativas racionais, alice no pais das maravilhas e por aí vai."

Expectativas racionais não é charlatanismo. E, pelo contrário, mostra justamente porque não se deve tentar tentar criar boom artificial por manipulação monetária...

Anônimo disse...

"Foi a economia keynesiana que veio para substituir a ortodoxia do século XIX que criou o instrumental que tem evitado uma reedição das grandes depressões de 1870 e 1930."

Pode até ter evitado a depressão, mas o que provocou a bolha destruidora em primeiro lugar ? A crença na ortodoxia economica e em mercados eficientes : se a inflação está controlada deduz-se que a política monetária está certa, e por definição ortodoxa os mercados não podem ser "irracionais". O próprio greenspan já confessou isso.

"Expectativas racionais não é charlatanismo. E, pelo contrário, mostra justamente porque não se deve tentar tentar criar boom artificial por manipulação monetária..."

a existência de bolhas é evidência destruidora das ERs. Para ER valer, a moeda deveria ser neutra no curto prazo, e é óbvio que não é.

ER é válida como construção fantasiosa, mas dizer que na realidade é assim, só engana a molecada e os leigos.

Roberto

"O" Anonimo disse...

“Pode até ter evitado a depressão, mas o que provocou a bolha destruidora em primeiro lugar ?”

Que bolha destruidora? A economia está em uma recessão, ponto. Corta o drama.

“a existência de bolhas é evidência destruidora das ERs.”

Não. Absolutamente não.

“Para ER valer, a moeda deveria ser neutra no curto prazo, e é óbvio que não é.”

Mein gott! Toda a macroeconomia neo-keynesiana é baseada na ER e admite moeda neutra no curto prazo.

Tiago Caruso disse...

Para reconciliar a teoria das expectativas racionais com a existência de bolhas vide o cap 5 do Blanchard e Fischer sobre a existência de bolhas racionais.

E vamos tentar manter o nível do debate.

Anônimo disse...

http://www.fgv.br/professor/lbraido/br/defesa.pdf

Anônimo disse...

"Mein gott! Toda a macroeconomia neo-keynesiana é baseada na ER e admite moeda neutra no curto prazo."

Vc quiz dizer que admite que a moeda NÃO é neutra no curto prazo, certo ?

concordo, mas usa os subterfúgios de custos de menu e coisas do tipo.

O proprio krugman já declarou que não aceita a ER estrita, especialmente em mercados de ativos financeiros. Deve saber da briga feia dele com o cochrane e com o pessoal de chicago.

Essa questão do que é racional é relativa, porque a principio pode-se racionalizar todo e qualquer comportamento, e chegar a lugar nenhum.

Mas concordo que o neo-keynesianismo talvez seja a única contribuição interessante depois dos clássicos.

Roberto

Tiago Caruso disse...

Roberto,
Como já disse bolhas não são uma afronta a hipótese de expectativas racionais.

Vide
http://www.jstor.org/pss/2233912

ou diretamente na fonte: The Economic journal (1988).

Afinal o que você sugere no lugar de expectivas racionais?

Anônimo disse...

Nossa fico transtornado como esses meninos genios da PUC RJ pensam tão pequeno sobre economia.
Ela supera o campo de macroeconomia de curto prazo, monetaria, modelos DSGE etc
Por acaso a PUC RJ oferece alguma cadeira de Crescimento econõmico? HPE que faça abrir os neuronios de vcs

Vcs são otimos pra decorar modelinhos questões do Hayashi, Mas - Coleu, REny e Jehli, Woodford, Galí etc, mas para pensar sobre economia é muito mais produtivo discutir com um aluno da UFRJ e da Unicamp.

Abração continuem decorando modelinhos furado DSGE, etc enquanto temas como meio ambiente, crescimento economico ficam na pauta

anonimo.

PS> antes que falem que sou heterodoxo nem perca seu tempo sou estudande de pos graduaçao UnB e derivei e resolvi interminaveis listas de exercicios como vcs desses livros dos grandes genios da academia americana

Tiago Caruso disse...

"antes que falem que sou heterodoxo nem perca seu tempo sou estudande de pos graduaçao UnB e derivei e resolvi interminaveis listas de exercicios como vcs desses livros dos grandes genios da academia americana"

pos-graduação na Unb? Isso é para ser um argumento de autoridade?

Anônimo disse...

penso que o objetivo dos modelinhos é o de dar uma auto-estima pra garotada, faze-los sentir-se espertos.

Porque estes modelinhos nas mãos de um matemático são ridículos.

E um matemático pode tirar 10 em todas as provas decorando os modelos e não saber nada de economia.

Anônimo disse...

Caruso

Realmente não sou nenhuma autoridade em economia, mas com todo respeito a PUC -RJ formadora de grande capital humano para o Brasil, pelo menos foi assim, nas gerações passadas, espero que a tua mantenha a tradição!! Nao vim aqui pra comprar briga com ninguém so estou preocupado com o tipo de formação que nossos futuros policymakers estão tendo preso a um grupo de modelos DSGE de curto prazo, (macroeconomia é muito mais que essa preocupação com curto prazo, bolhas, Blanchard e Fischer, etc..etc.) so para lembrar modelos DSGE de primeira geração a curva IS nao tem investimento, gasto do gov. nao sei se o Marcio garcia derivo o modelo canonico pra vcs capitulo 3 do livro do Gali.
Entao fica se gloriando para economistas heterodoxos pq sabe realizar maximizações absurdas, agente representativo (so que seja representante dos habitantes de pandora, referencia ao filme AVATAR, kkk).

P.S UNB em Economia com certeza está longe de ser uma PUC-RJ, FGV com seu núcleo mainstream e grandes genios, mas está longe de ser uma escola tabajara em economia e so olhar o corpo docente, publicações, numero de bolsistas de produtividade cnpq, etc, etc, etc, e por fim nota 6 na CAPES, mas o que mais me orgulha da minha escola e sua formação plural com disciplinas e professores heterodoxos e ortodoxos convivendo em harmonia.
abraçao

Otimo ano para vcs da PUC RJ com enormes modelos DSGE de "quinta" para derivar, foda que eu também irei ter q derivar essas merdas de fundo de quintal ou do mundo de pandora...

"O" Anonimo disse...

Caro U-ene-be,

Não sei da auto-estima da garotada da PUC, mas não dá para negar que os alunos da PUC são internacionalmente reconhecidos como parte de um dos melhores programas de mestrado do mundo e nào tem problema algum para ser admitidos nos melhores programas de doutorado em economia do mundo, onde muitos são bem-sucedidos.

Quanto a sua diatribe sobre DSGEs, você perdeu, porque DSGEs são ferramenta essencial para o macroeconomista, assim como entender o modelo IS/LM era nos anos 60. E acredite no Tio "O" porque ele sabe, DSGEs são mais usados hoje em bancos centrais, instituicões financeiras internacionais e de instituicões pesquisa etc do que eram no comeco de 2008 antes da crise.

Anônimo disse...

"DSGEs são mais usados hoje em bancos centrais, instituicões financeiras internacionais e de instituicões pesquisa etc do que eram no comeco de 2008 antes da crise."

Belo argumento de autoridade.
E daí ? Este fato os torna melhores ou mais úteis na prática ?

O seu auto-engano está em escala máxima. Nenhuma destas instituições (academia, Fed, Bancos de investimento) sequer imaginou a possibilidade do que ocorreu no mundo em 2008, mesmo com todos os seus PhDs, gênios, supercomputadores, e bilhões de recursos disponíveis.

A única escola que acertou o que aconteceu foi a comportamental, e vem acertando sempre. Talvez porque tenha os insights que faltam para as demais escolas se tornarem realmente uma "ciência" humana, e não ficarem errando uma atrás da outra sem parar.

"O" Anonimo disse...

“Belo argumento de autoridade.
E daí ? Este fato os torna melhores ou mais úteis na prática ?”

Você está com a causalidade ao avesso.
O fato deles serem mais úteis na prática torna-os o modelo de preferência.

“O seu auto-engano está em escala máxima. Nenhuma destas instituições (academia, Fed, Bancos de investimento) sequer imaginou a possibilidade do que ocorreu no mundo em 2008, mesmo com todos os seus PhDs, gênios, supercomputadores, e bilhões de recursos disponíveis.”

O que não é de se surpreender, afinal modelos macroeconômicos não são desenhados para prever tail risk.

“A única escola que acertou o que aconteceu foi a comportamental, e vem acertando sempre.”

Bololota de babão. Ninguém que deixou de ficar milionário nessa crise pode alegar ter acertado ou previsto coisa alguma. Quando o Citigroup custava $50, comprar uma put com exercício a $10 não deveria custar mais do que uns poucos centavos.

Anônimo disse...

"O que não é de se surpreender, afinal modelos macroeconômicos não são desenhados para prever tail risk."

Se o modelo econômico não te dá insight sobre tail risk, não serve para nada, só para racionalizar seus erros e para punheta mental.

Tail risk é o que interessa, para repetir o consenso de mercado não precisa de modelo proprietário nenhum, de análise nenhuma.

"O" Anonimo disse...

“Se o modelo econômico não te dá insight sobre tail risk, não serve para nada, só para racionalizar seus erros e para punheta mental. Tail risk é o que interessa, para repetir o consenso de mercado não precisa de modelo proprietário nenhum, de análise nenhuma.”

Se você acha isso, boa sorte, seja feliz. Só não prenda a respiracão esperando arrumar um emprego como macroeconomista que você pode morrer roxo.

Anônimo disse...

"Se você acha isso, boa sorte, seja feliz. Só não prenda a respiracão esperando arrumar um emprego como macroeconomista que você pode morrer roxo."

hahaha

não tenho pretensão de morrer e nem de pertencer a esta tribo de pseudo-cientistas profissionais.

lucas disse...

Ótimo post Caruso,
infelizmente a discussão debandou (como é recorrente) por críticas ao método, o meio, quando o seu post especificamente falava das perguntas, o fim.
Eu acho em parte é mais fácil justificar ciências duras, ou pelo menos medicina, pois (1) as conclusões são melhor fundamentas devido ao acesso a experimentos e (2) as conclusões não ofendem "idelologias" os resultados são mais diretos.
Já as ciências sociais não tem este privilégio alentador do experimento (e o pouco que tem é por influência nossa), mas isso não quer dizer que as questões não sejam super relevantes. Sério, prum formulador de política pública por exemplo, é super importante ter um referêncial teórico na cabeça. E nisso nos contribuimos muito. Além disso acho que os economistas, no seu imperialismo, tem um papel de difundir entre as ciências sociais a preocupação com levar as hipóteses aos dados e identificar de fato relações causais. Se as ciências sociais tenham algum valor, só este fato já justifica a economia.

PS (nao resisti a cutucar no método): anônimos, parem de especular sobre o quanto os alunos da PUC-RJ conhecem de metodologia, HPE, marxismo, crescimento, etc...ou, se não, lembrem-se de quem tirava as melhores notas nestas matérias na graduação...